23/10/08 16h07

Bom momento para investir em tecnologia

Gazeta Mercantil - 23/10/2008

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as exportações do agronegócio cresceram 2,5 vezes nos últimos dez anos, saltando de US$ 23,4 bilhões em 1997 para US$ 58,4 bilhões no ano passado. Para este ano a previsão é que as vendas externas aumentem cerca de 27%, alcançando US$ 74 bilhões, com um superávit de US$ 62 bilhões. Projeções do Ministério indicam que a demanda mundial por alimentos deve duplicar até a primeira metade deste século, principalmente por causa do aumento do consumo nos países asiáticos. Uma prova disso é que, em setembro, a China se tornou o maior destino das exportações do agronegócio brasileiro. A pesquisa "Projeções do Agronegócio Mundial e do Brasil de 2006/2007 a 2017/2018", realizada pelo Mapa, afirma que culturas como algodão, milho, trigo, feijão, soja, entre outros, deverão apresentar níveis elevados de crescimento de produção no período. Para sustentar esse crescimento nos próximos dez anos, o ministério apontou que o aumento da produtividade é fator decisivo. O fato de o nosso País ser uma potência mundial no agronegócio, entretanto, não deve ser motivo de acomodação. Pelo contrário. Esse é o momento mais adequado para avaliação e adoção de novos investimentos. Os empresários do campo estão em constante busca de novas tecnologias para aplicação em seu setor, como a adoção de maquinário mais eficiente e econômico, melhorias genéticas dos cultivares, mudanças em processos e atividades relacionadas à produção. É aqui que entram os sistemas de gestão de produção agrícola, integrando os dados da empresa, fornecendo informações precisas para a tomada de decisão. Para ser eficiente, uma solução como essas tem de abranger todas as etapas do processo, desde a preparação do solo, passando pelo plantio, transporte, armazenagem, boletins gerenciais, e sistemas que apóiam atividades financeiras no campo. Com a crescente profissionalização, o agronegócio também passa a adotar ações de governança corporativa, garantindo assim mais confiabilidade e transparência aos seus investidores. Aqui a tecnologia da informação é indispensável. Toda a organização, portanto, desde a operação no campo, passando pelas unidades de processamento, até a administração e alta gestão devem gerar, de forma integrada, informações claras e precisas, das áreas financeiras e não financeiras para tomada de decisão e divulgação. Uma constatação não muito positiva, ainda segundo a pesquisa do Ministério da Agricultura, é que apenas 5% das propriedades rurais brasileiras adotaram soluções de tecnologia da informação. A boa notícia é que há soluções acessíveis aos produtores e esses têm se conscientizado de que utilizar sistemas de gestão de produção agrícola é uma excelente oportunidade para o aprimoramento dos processos e uma boa prática de negócios.