30/12/10 10h33

BR Properties compra fundo com 26 lojas da C&A por US$ 280,6 mi

Valor Econômico

Com forte atuação no mercado de escritórios comerciais de alto padrão e galpões industriais, a BR Properties estreia no segmento de imóveis para o varejo. Ontem, a companhia anunciou a compra de 100% das quotas de emissão do Fundo de Investimento Imobiliário Comercial Progressivo II, que possui participações em quatro edifícios comerciais em São Paulo e é dono de 29 lojas de varejo - 26 delas alugadas para a varejista de roupas C&A (15 âncoras de shopping e 11 de rua). O valor do negócio é de R$ 477 milhões (US$ 280,6 milhões).

Segundo Pedro Daltro, diretor financeiro e de relações com investidores da BR Properties, a companhia planejava investir em imóveis de varejo desde a sua criação, em dezembro de 2006. O plano inicial da empresa era ter 40% em escritórios comerciais, 40% em galpões e 20% em varejo. "Acabamos não investindo em varejo porque o retorno não era tão atrativo quanto escritório e galpão", afirma Daltro. "Esse ativo, em especial que já estava nas mãos de um investidor, nos interessava muito", acrescenta. Com a compra das cotas do fundo, a BR Properties passa a ter um portfólio (em área bruta locável), assim dividido: 25,7% em escritórios, 65,6% em galpões industriais e de logística e 8,7% em lojas de varejo. Para a empresa, a entrada no varejo significa uma sinergia importante com o segmento de galpões, já que os varejistas precisam, cada vez mais, de centros de distribuição onde estão expandindo.

Apenas este ano, a BR Properties investiu R$ 2 bilhões (US$ 1,18 bilhão) em aquisições, 18% acima do que estava previsto. Comprou a antiga sede da Nestlé, um prédio comercial em Alphaville, galpões e o Ventura no Rio, em parceria com o BTG Pactual - a segunda maior transação imobiliária do país. Em 2009, a compra de ativos somou R$ 354 milhões (US$ 208,2 milhões) e entre a criação da empresa, no fim de 2006, e a abertura de capital (em março deste ano), as aquisições somaram R$ 600 milhões (US$ 353 milhões). Com o aquecimento do mercado, já se fala que a BR Properties estaria pagando caro pelos ativos. "Perdemos vários negócios este ano que julgamos caros", diz Daltro. "O mercado é muito fragmentado e se um ativo está caro, há outro disponível", completa.