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Brasil ainda é atrativo para as montadoras

Gazeta Mercantil - 10/09/2008

Apenas alguns anos atrás, a maior parte da indústria automotiva do Brasil sofria prejuízos e promovia demissões, tentando se reestruturar para um enorme mercado que parecia nunca pronto para decolar. Recentemente, as empresas adicionaram turnos de produção e estão gastando bilhões de dólares para aumentar capacidade e atender à demanda do País, que sustenta o maior ciclo de crescimento econômico em décadas. Após três anos de intensa expansão, o mercado brasileiro de automóveis mostra alguns sinais de enfraquecimento, à medida que o aumento dos juros começa a afetar a demanda dos consumidores. Mas analistas e integrantes do setor dizem que a desaceleração não deve evoluir para uma crise porque ainda há muita demanda reprimida. Isso torna o Brasil um mercado crucial para o setor automotivo global. Com as vendas em apuros em mercados tradicionais como Estados Unidos, Europa e Japão, e mesmo com China e Índia ficando abaixo das expectativas, as empresas do setor estão despejando dinheiro no Brasil. A indústria automotiva deve atrair US$ 23 bilhões de dólares em investimentos nos próximos quatro anos, elevando a capacidade total em 2,5 milhões de veículos, para 6 milhões de unidades por ano, de acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As empresas norte-americanas e européias, que dominam há muito tempo o mercado brasileiro, estão liderando os desembolsos. A General Motors, por exemplo, espera investir cerca de US$ 3 bilhões nos próximos cinco anos. Para a companhia, o País se tornou o terceiro mercado mais importante, além de uma base importante de engenharia. A Ford, que não muito tempo atrás considerou sair do Brasil, planeja investir mais de US$ 1,6 bilhão nos próximos quatro anos em desenvolvimento de produtos e no aumento da capacidade de sua fábrica de motores. Já a Volkswagen vai investir cerca de US$ 1,86 bilhão até 2011 no País, onde vende mais carros do que na Alemanha. As empresas asiáticas também querem participar. A Toyota pretende construir uma planta de US$ 700 milhões em São Paulo para ampliar presença no Brasil, onde tem somente 2% do mercado. A Suzuki deve retornar ao Brasil em outubro e a Nissan afirmou no mês passado que vai começar a produzir carros de passeio no País pela primeira vez.