19/06/09 16h13

Brasil atrai atenção de comando global da Accenture

Valor Econômico

O executivo-chefe da Accenture, William Green, mais conhecido no mundo corporativo como "Bill" Green, mostra-se entusiasmado com o Brasil. Razões não faltam. O país é, no momento, o mercado de maior e mais rápido crescimento da Accenture, multinacional das áreas de consultoria, tecnologia e terceirização presente em mais de 120 países. O executivo americano disse que no começo do ano a companhia continuou a crescer acima de 20% em receita no Brasil enquanto no resto do mundo a expansão foi de um dígito "baixo". O desempenho da empresa no mercado brasileiro superou inclusive o da China, onde a receita cresceu 18%, disse Green. Os percentuais referem-se ao período entre dezembro de 2008 e fevereiro de 2009, o segundo trimestre do ano fiscal da Accenture, compreendido entre 1º de setembro e 31 de agosto. Os números do terceiro trimestre serão divulgados no dia 25. No ano fiscal 2008, a empresa faturou globalmente US$ 23,4 bilhões. Desse total, 60% foram obtidos com serviços de consultoria e 40% na área de terceirização.

No mesmo período, a receita no mercado brasileiro somou US$ 742 milhões, cerca de 3,2% do faturamento total do grupo. A receita em dólar da operação brasileira ficou 56% acima do faturamento do ano fiscal de 2007. Em moeda local, conceito contábil também aplicado pela Accenture, o faturamento no Brasil, no ano fiscal de 2008, foi de R$ 1,3 bilhão (US$ 742 milhões), com crescimento de 31% sobre o exercício anterior. Embora a participação do Brasil na receita total do grupo em dólar seja pequena, as atividades da empresa no país crescem de forma acelerada.

Em 2008, a Accenture comprou, por valor não revelado, a Atan, empresa da área de automação industrial com sede em Belo Horizonte. A aquisição faz parte de estratégia para expandir a capacidade tecnológica da empresa e deverá acelerar o crescimento global da Accenture em serviços de automação e de tecnologia da informação. É uma área na qual o Brasil torna-se, dentro da Accenture, uma plataforma de exportação, como indicou o presidente da empresa no Brasil, Roger Ingold. Segundo Ingold, o crescimento de 31% no faturamento da Accenture no Brasil no ano fiscal de 2008 foi determinado pela prestação de serviços nas áreas de comunicações e alta tecnologia, indústria de base e serviços financeiros. Ele acrescentou que a operação brasileira segue a tendência mundial do grupo de participar dos grandes movimentos de fusão e aquisição..

Green disse que o Brasil se posiciona como um mercado prioritário para a Accenture entre os países do Bric, o grupo de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Perguntado quem viria primeiro na hora de decidir por investimentos, Green respondeu: "Se eu tivesse US$ 100 para gastar e estivesse considerando um investimento em um desses quatro mercados, eu o faria no Brasil." Ele justificou a decisão referindo-se à maturidade do mercado brasileiro e da própria equipe de executivos da Accenture.