19/03/12 14h25

Brasil deve ser quarto maior do mundo em número de fabricantes

O Estado de São Paulo

Com 14 montadoras de automóveis e comerciais leves, País está em quinto lugar no ranking, mas deve superar o Japão

O Brasil é quinto país do mundo com maior número de montadoras instaladas que produzem automóveis e comerciais leves. Se forem incluídos caminhões e ônibus, o número sobe para 19. Hoje, o País empata com o México em número de fabricantes. Em até três anos, deverá deixar o México para trás, assim como o Japão, quarto no ranking, com 15 fabricantes.

Nos últimos dois anos, pelo menos 12 grupos anunciaram intenção de abrir fábricas de automóveis e comerciais leves no Brasil. Desses, três estão com projetos confirmados: as chinesas Chery e JAC e a japonesa Suzuki. A coreana Hyundai, que já tem parceria tecnológica com o grupo brasileiro Caoa em uma fábrica em Goiás, inaugura no segundo semestre unidade própria em Piracicaba (SP).

Aguardam a publicação do novo regime automotivo para confirmar ou não projetos os grupos alemão BMW, o britânico/indiano Land Rover, a Brasil Montadora de Veículos (representante das chinesas Changan e Haima e da coreana Ssangyong) e a CN Auto (parceira das chinesas Jimbei e Hafei). Manifestaram intenção, mas ainda sem dados concretos, as chinesas Effa, Geely e Great Wall, a sueca Volvo e a alemã Mercedes-Benz, que não descarta voltar a produzir automóveis no País.

Para o México, o único projeto cogitado recentemente, mas sem confirmação, é de uma fábrica da alemã Audi. Nenhuma empresa anunciou planos para produção no Japão.

Em número de montadoras instaladas, a China é líder no ranking mundial, com 65 marcas de automóveis e comerciais leves, embora muitas delas de pequeno porte e operação regional. Os EUA aparecem em segundo lugar, com 27 marcas, e a Índia em terceiro, com 22.

O interesse pelo Brasil é baseado nas condições econômicas e no espaço para crescer num mercado onde há sete habitantes por veículo. No Japão a paridade é de 1,7 habitante por carro e nos EUA, de 1,3.

Lucro crescente. A rentabilidade apresentada pelas fabricantes locais nos últimos anos é outro grande atrativo. No ano passado, montadoras e autopeças remeteram para as matrizes US$ 5,58 bilhões, 36% mais que em 2010. O valor só perde para o de 2008, quando a remessa de lucros totalizou US$ 5,61 bilhões, segundo o Banco Central.

A maior parte dos investimentos anunciados pelo setor - que segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) soma US$ 22 bilhões até 2015 - é de recursos gerados no próprio País. Não há, portanto, dinheiro novo vindo das matrizes, diz uma fonte ligada ao setor.

"No passado, as montadoras tiveram altos prejuízos no Brasil, mas hoje estão ganhando muito dinheiro", afirma a fonte. "Por isso, há tantas empresas interessadas em dividir esse bolo." / C.S.