01/12/09 11h02

Brasil é a operação mais lucrativa da montadora

Valor Econômico

Quando o economista colombiano Jaime Ardila assumiu o comando das operações da General Motors no Brasil e Mercosul, em novembro de 2007, seu antecessor o tranquilizou. O canadense Ray Young, hoje no comando mundial das finanças da companhia nos Estados Unidos, apostou que Ardila teria tempo de sobra para as desejadas aulas de golfe, já que a atividade da companhia estava sob controle, em franco crescimento. Ardila, que até então só sabia jogar tênis, conta que nesses dois anos ele aprendeu pouca coisa de golfe. "Eu passei a usar o tempo das aulas mais para ouvir o que os outros falavam sobre a crise da GM nos Estados Unidos", afirma.

Passado o período de turbulência na matriz, a empresa tira proveito do crescimento e da lucratividade para fazer propaganda da GM do Brasil. Ardila diz que, pela primeira vez, o Brasil foi a região mais lucrativa para a companhia, superando a crescente operação na China. A notícia de recente premiação do seu último lançamento, o Agile, por uma revista brasileira especializada chegou a ser incluída até no relatório do balanço trimestral que a companhia divulgou nos Estados Unidos. "Chegamos ao fim do ano com um final feliz, como acontece no último capítulo das novelas", diz o presidente da GM.

A única coisa que perturba o executivo, agora, são as notícias de Dubai. "Há bancos importantes expostos nessa crise", afirma. "O Brasil está bem preparado mesmo com as dificuldades internacionais, mas uma crise como essa pode atrapalhar a oferta de crédito", afirma. No mercado brasileiro, Ardila também está certo de que o aumento da demanda deverá levar a uma elevação da taxa básica de juros. Mesmo assim, a montadora se prepara para o crescimento do mercado doméstico, que poderá chegar a 3%, diz Ardila, sobre um total de vendas em torno de 3,1 milhões de veículos em 2009.