04/03/10 10h54

Brasil e Bélgica tentam ampliar comércio bilateral

Valor Econômico

O comércio entre Brasil e Bélgica cresceu de forma contínua entre 2003 e 2008. No ano passado, as transações entre os dois países caíram quase 30% influenciadas pela crise global. Mas existe uma perspectiva otimista uma vez que as trocas comerciais bilaterais têm grande potencial de crescimento. Em 2009, a corrente de comércio Brasil-Bélgica somou US$ 4,29 bilhões, 28,3% abaixo dos US$ 6 bilhões de 2008, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

O Brasil exporta para a Bélgica sobretudo commodities, produtos minerais e metais, entre os quais fumo, café, suco de laranja, caulim e alumínio. A Bélgica exporta para o mercado brasileiro produtos químicos e vegetais, vacinas, plásticos, material de transporte, metais, máquinas e malte, entre outros produtos. Em 2009, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões para a Bélgica, com queda de 29,4% sobre a exportação de 2008, e importou US$ 1,15 bilhão, com redução de 29,79% sobre o ano anterior. O saldo comercial foi de US$ 1,98 bilhão.

O embaixador da Bélgica no Brasil, Caude Misson, tem dados segundo os quais o Brasil é apenas o 27º no ranking dos principais clientes da Bélgica (atrás dos Emirados Árabes Unidos). O Brasil, por sua vez, aparece como 15º colocado na lista dos maiores fornecedores para o mercado belga (após Luxemburgo). "Isso não reflete o potencial das trocas entre nossos dois países", diz Misson. Segundo ele, o Brasil representa menos que 1% do total das exportações belgas. É pouco considerando-se que a Bélgica é o 8º exportador e 9º importador do mundo, de acordo com dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) de 2008. As exportações brasileiras para a Bélgica representam, por sua vez, apenas 2% das vendas externas totais do país, segundo dados de 2009.

Há iniciativas concretas para aumentar o comércio entre os dois países. Entre 6 e 8 de abril, a Bélgica estará presente na Intermodal, maior evento da América Latina no setor de logística e transporte. Flandres, região norte da Bélgica, terá um estande com a presença dos principais portos do país - Antuérpia, Ghent e Zeebruge. Também estarão presentes empresas de logística e dragagem, como Katoen Natie, Euroports Terminals - Westerlund/Manuport, Jan de Nul e Deme, entre outras.

Em maio, uma missão econômica e comercial belga, presidida pelo príncipe herdeiro Philippe, estará no Brasil para tentar ampliar e diversificar os laços comerciais entre os dois países. "O dinamismo e a diversificação da economia brasileira representa um atrativo para as empresas belgas", diz Misson. Antes da missão do príncipe ao Brasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) deve inaugurar, até o fim deste mês, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), um escritório em Bruxelas, capital da Bélgica e cidade sede da União Europeia (UE). Um dos principais objetivos do escritório, segundo a Apex, será fazer um "lobby técnico" para evitar que as exportações brasileiras enfrentem problemas no mercado europeu.