30/11/09 11h52

Brasil e EUA costuram cooperação

Valor Econômico

Brasil e Estados Unidos veem "boas chances" de chegar à assinatura de um acordo de cooperação econômica e comercial em 2010 visando à reestruturação de suas relações bilaterais. "A ideia é vender mais, o acordo é amplo e qualquer coisa pode entrar", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, ao receber o principal negociador comercial americano, Ron Kirk, ontem à noite em Genebra. Está marcada uma reunião no dia 9, em Brasilia. Segundo Amorim, as negociações podem avançar porque os EUA gostaram do modelo proposto por Brasília, que é semelhante ao que o país fechou com a Suíça.

A expectativa brasileira é que o acordo inclua promoção de investimentos (ao invés da tradicional proteção de investimentos), facilitação de comércio, cooperação tecnológica entre empresas, a questão da bitributação, etanol, entendimento na frente fitossanitária para prevenir barreiras agrícolas e até a sensível área de patentes.

Após 30 minutos de discussão com Kirk, Amorim disse que o comércio poderá ser ampliado sem necessariamente envolver o Mercosul, na medida em que não se tocar na Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco. De janeiro a outubro de 2009, os EUA foram o segundo mercado para as exportações brasileiras (US$ 12,9 bilhões), atrás da China (US$ 17,7 bilhões). No lado das importações, o Brasil comprou mais dos EUA (US$ 16,8 bilhões) do que de China (US$ 12,8 bilhões), Argentina (US$ 9 bilhões) e Alemanha (US$ 8 bilhões).