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Brasil é o mais atraente para lojas de roupas

Folha de S. Paulo - 27/06/2008

O Brasil é o país mais atraente para investidores de moda e vestuário. A conclusão é de uma pesquisa da consultoria A.T. Kearney, que comparou 30 emergentes nos quesitos tamanho de mercado, perspectiva de crescimento e riqueza dos consumidores. A partir desse levantamento, é criado um índice, que serve para auxiliar decisões de investimento internacionais. "Há grande potencial para o sucesso de varejistas na área de vestuário no Brasil", diz Hana Ben-Shabat, sócia da A.T. Kearney. "O país é atraente para o setor, principalmente, por razões demográficas e de demanda." Isso porque, apesar de chineses, indianos e russos comprarem e produzirem mais roupas do que o Brasil e consumidores de alguns outros países terem maior poder aquisitivo, os brasileiros gastam mais com moda e roupas de maior qualidade. Segundo o estudo, o consumidor brasileiro gasta, em média, US$ 402 ao ano com roupas. O valor é seis vezes superior ao gasto pelos chineses, por exemplo, apesar de aquele mercado movimentar US$ 84 bilhões, enquanto o Brasil gira em torno de US$ 37,2 bilhões. Outro motivo que torna o país atraente a investidores internacionais da área é que esse mercado é altamente fragmentado. As lojas pequenas e locais respondem por mais de 60% do mercado nacional. Além disso, indica a pesquisa, o consumidor brasileiro compra roupas a crédito em uma freqüência muito maior do que o de outros países emergentes. Somadas as vantagens, o crescimento anual médio do mercado nacional tem sido superior a 7% nos últimos anos. Apesar de o mercado chinês ser mais pulverizado do que o brasileiro -só 17% das vendas são feitas por meio do varejo organizado-, o gasto anual por habitante varia de US$ 45 a US$ 90. No entanto, os novos-ricos chineses compram cada vez mais grifes e fazem com que a área só seja menor do que a de alimentos. Apesar de atraente para o varejo, a área perde pontos no que diz respeito à exportação. Com o fortalecimento da moeda, empresas da área no Brasil têm cada vez mais dificuldades de atingir mercados externos.