26/05/09 11h36

Brasil é preferido entre estrangeiros, avalia BlackRock

Valor Econômico - 26/05/2009

Mesmo depois da forte recuperação da bolsa ao longo do ano - o Ibovespa já subiu 35,33% em 2009 -, não está descartada a possibilidade de novas valorizações. A opinião é do diretor da gestora americana BlackRock, Will Landers, responsável pela gestão de mais de US$ 3 bilhões em ações de empresas brasileiras. "Há muito espaço para alta entre os atuais 50 mil e os 70 mil pontos alcançados um ano atrás", afirma o gestor dedicado à América Latina, que vem ao Brasil para participar do 5º Congresso Anbid de Fundos de Investimento. A maior pontuação no fechamento da bolsa, de 73.516, ocorreu em 20 de maio do ano passado. Para ele, apesar do recorde histórico de saldo de investimento estrangeiro na bolsa, não há sinais de interrupção do fluxo externo. Em 2009 até o dia 20, entraram no mercado R$ 9,8 bilhões . Landers diz que o país passou muito bem no teste da crise e hoje está entre os preferidos pelos investidores estrangeiros pelos fundamentos econômicos do país.

Mesmo em relação aos países do Bric (sigla para Brasil, Rússia, Índia e China), o mercado brasileiro é destaque. A China, compara o gestor, tem um dos melhores crescimentos, mas um mercado de ações que não protege o acionista minoritário e sem governança. A Rússia, continua Landers, apesar de barata, perde em atratividade por conta de problemas políticos e forte dependência dos preços do petróleo. Por último, a Índia, apesar do potencial, sofre com a desconfiança do investidor, após o caso de fraude contábil da empresa de tecnologia Satyam. No pano de fundo da preferência por Brasil, segundo o gestor, está uma economia sólida, com demanda doméstica aquecida, consumidores que assim que retomaram a confiança no emprego voltaram a gastar, bancos bem capitalizados e baixa dependência de mercados como o americano.