28/05/08 16h19

Brasil ganha peso nos negócios da alemã DVA

Valor Econômico - 28/05/2008

O Brasil vai se tornar o carro-chefe das atividades ligadas ao agronegócio do grupo alemão DVA, que, em 2008, completa 40 anos de vida. O investimento para essa guinada é de US$ 100 milhões até 2014, metade dos quais serão direcionados a uma fábrica de defensivos que será construída em Ituverava (SP). Na programação dos investimentos, está prevista ainda a aquisição no setor de nutrição animal, que deverá consumir fatia inferior a US$ 20 milhões, de acordo com o diretor-presidente da DVA Brasil, Carlos Pellicer. Com ramificações nas indústrias veterinária, de alimentos e de fármacos, além da linha agro, de produção e venda de defensivos, a DVA está presente em 60 países e faturou, em 2007, US$ 300 milhões. No Brasil, a empresa está há apenas cinco anos. Seu faturamento no país foi de US$ 7 milhões em 2005, passou a US$ 24 milhões em 2006 e atingiu US$ 53 milhões em 2007. Para este ano, a projeção é de que a receita da companhia no Brasil chegue à marca de US$ 100 milhões. Quando a fábrica de Ituverava estiver concluída, em 2012, a estimativa é que o faturamento alcance os US$ 250 milhões. Isso representará metade da receita global da empresa na área ligada ao agronegócio, afirma o presidente mundial do grupo alemão, Matthias Damm. O segmento agrícola é, por sua vez, o maior nos negócios da companhia, com cerca de 60% da receita total. Para 2012, diz Damm, a DVA espera faturar, no mundo, e em todas as suas frentes de atuação, US$ 800 milhões. "O Brasil vai liderar o agronegócio mundial nos próximos anos. Reforçar as atividades no país faz parte dessa visão", afirma Pellicer. As exportações deverão responder por metade da produção da nova unidade da companhia, estima o executivo. Cana, soja, milho, algodão e citros são as culturas para as quais mais se direciona a linha de produtos da DVA. Na soja, a empresa não comercializa um produto específico para a ferrugem asiática, uma das doenças mais temidas nas lavouras do grão, mas fungicidas que complementam seu combate. A empresa vai ainda pesquisar e desenvolver novos produtos no Brasil, atividade que atualmente concentra-se em Hamburgo, na Alemanha, matriz do grupo. Para o segmento de tecnologia, que concentrará os dados técnicos dos produtos da DVA, o investimento total deverá ser de US$ 30 milhões. Está em análise a instalação desse braço da companhia na região de Campinas. "Queremos aproveitar a boa oferta de mão-de-obra especializada da Unicamp", afirma Pellicer.