05/08/10 16h26

Brasil terá investimento recorde da Pirelli até 2013

Valor Econômico – 05/08/10

Em novembro, quando apresentar à comunidade financeira global seu plano de investimentos para o período compreendido entre 2011 e 2013, a Pirelli anunciará orçamento recorde para o Brasil e América Latina, de acordo com o presidente mundial da Pirelli Pneus, Francesco Gori. A última rodada de aportes da companhia na região contemplou a aplicação de US$ 400 milhões - incluindo valor adicional anunciado à época do aniversário de 80 anos do grupo no país. "Vamos adicionar capacidade no Brasil e em outros países da América Latina, região que representa grande potencial", disse Gori, sem entrar em detalhes sobre o novo plano trienal do grupo.

Somente em 2010, a Pirelli vai desembolsar mais de 350 milhões de euros mundialmente em ampliação de capacidade fabril. No Mercosul, a expansão será de 20% nas linhas de pneus para veículos comerciais, caminhões e máquinas, e de 25% nas dedicadas à fabricação de pneus para carros de passeio. Especificamente no Brasil, onde a Pirelli opera unidades em Feira de Santana (BA), Campinas (SP), Santo André (SP) e Gravataí (RS) - em Sumaré (SP), produz cordas metálicas (de aço) usadas na confecção de pneus -, o investimento vem em momento oportuno. No primeiro semestre, em razão do forte crescimento na produção nacional de veículos, de 19% segundo dados da Anfavea, que representa a indústria automobilística no país, houve episódios de falta de pneu no mercado de reposição. "Isso ocorreu porque a demanda cresceu de forma significativa num intervalo de tempo curto e houve defasagem temporal em relação aos projetos de ampliação", explicou Gori, acrescentando que a situação já foi normalizada. "Acreditamos que as montadoras manterão trajetória crescente de produção, mas em ritmo mais lento".

A Pirelli Pneus divulgou resultados crescentes no primeiro semestre e, assim como no cenário traçado para as montadoras, a expectativa é a de que as vendas de pneus sigam em rota ascendente na segunda metade do ano, porém com velocidade inferior. No primeiro semestre, afirmou Gori, a base de comparação mais fraca de 2009 resultou em taxas de expansão expressivas. "No segundo semestre, a base de comparação é mais forte. Teremos crescimento, mas será um período um pouco mais difícil", disse.