31/10/18 12h00

Brasileira Ride faz fusão com mexicana e alugará patinetes pela Rappi

Parceria possibilitará que a Rappi entre na área de mobilidade urbana na América Latina. No Brasil, operação será feita por fundadores da Ride

Época Negócios

POR ANA LAURA STACHEWSKI

O aplicativo de entregas Rappi firmou uma parceria com a companhia mexicana Grin para oferecer o aluguel de patinetes elétricos pela América Latina. No Brasil, onde a Grin ainda não tinha operação, a parceria começará a partir da fusão com a Ride, startup brasileira que já atua nessa área no país. "Nosso plano de expansão com a Grin é ser o maior player da América Latina", diz a Época NEGÓCIOS Guilherme Freire, cofundador da Ride. "A Rappi será um parceiro que nos abrirá muitas portas."

Com a parceria, usuários poderão optar entre liberar o acesso aos patinetes pelo aplicativo da Rappi ou pelo da Grin (que substituirá o atual app Ride). A retirada e a devolução dos patinetes deverão ser feitas em pontos específicos, incluindo estabelecimentos parceiros. O preço incluirá uma taxa inicial de R$ 3, válida por três minutos, e mais R$ 0,50 para cada minuto adicional de uso.

No próximo mês, o número de patinetes disponíveis em São Paulo deve chegar a mil. Segundo a Rappi, o plano é chegar a 12 mil patinetes no Brasil e 70 mil em todos os países em que as empresas atuam – que incluem México, Colômbia, Chile, Uruguai e Argentina, além do Brasil.

A expansão da mexicana Grin ao Brasil ocorrerá a partir da fusão com a brasileira Ride. A startup atua há cerca de três meses em São Paulo e mantém 100 patinetes em regiões como Pinheiros e Vila Olímpia. O modelo também consiste na retirada e devolução em pontos e estabelecimentos específicos. Com a fusão, os patinetes passarão a exibir a marca Grin. A operação da companhia no Brasil será comandada pela equipe da Ride, que passa a ter participação nos negócios no México.

"Se uma empresa vem para um país como o Brasil e opera como se estivesse nos Estados Unidos ou na Europa, não vai funcionar", diz Guilherme Freire, cofundador da Ride. A operação foi o meio encontrado para unir o potencial de expansão da companhia mexicana à experiência local da brasileira. As duas também têm em comum a proposta de melhorar a mobilidade urbana nas cidades.

A parceria com a Rappi, por sua vez, é vista como uma forma de tornar a operação mais ágil e segura, de trazer mais usuários ao serviço e também de estimular as parcerias com estabelecimentos. "Já estamos conseguindo comprovar que ter uma estação virtual [de retirada e devolução] aumenta o fluxo de pessoas nos estabelecimentos", diz Paula Nader, co-fundadora da Ride.

Nesta segunda-feira (29/10), começou a funcionar em São Paulo o serviço de aluguel de patinetes elétricos da Yellow. Neste caso, os aparelhos podem ser encontrados em qualquer local da região de atuação da plataforma, não havendo pontos específicos para retirada e entrega.