04/03/10 10h56

Braskem reforça seus planos de expansão

Valor Econômico

O ano de 2010 será decisivo para o movimento de expansão da Braskem. A maior petroquímica das Américas tem na mesa projetos em curso nos países da América Latina e nos EUA e decisões importantes que deverão definir os passos da companhia no Brasil em parceria com sua sócia, a Petrobras, após a aquisição da Quattor.

A empresa prevê investir R$ 1,1 bilhão (US$ 611,1 milhões) este ano, valor que não inclui as recentes aquisições feitas, como a Quattor, anunciada no fim de janeiro, e a Sunoco, nos EUA, no início de fevereiro. Parte desses recursos, R$ 250 milhões (US$ 138,9 milhões), será destinado para a unidade de resina verde, que deverá entrar em operação no polo de Triunfo (RS) no fim do terceiro trimestre. Outros R$ 460 milhões (US$ 255,6 milhões) serão em investimentos operacionais e de automação.

Os projetos para América Latina, que incluem México (em parceria com a Idesa), em estágio mais avançado, Venezuela, Peru e Bolívia, deverão se manter firmes, conforme o planejado pela companhia para promover seu crescimento. O da Venezuela, contudo, deverá passar por um novo ajuste. "O que está acontecendo na Venezuela é uma mudança de prioridade proposta pela PDVSA (estatal petrolífera). A alternativa da companhia é de simplificação do projeto", disse Bernardo Gradin, presidente da Braskem. No país, os projetos de Suape (PE) e Comperj, que fazem parte do pacote herdado pela Petrobras, serão definidos nos próximos meses. A companhia, uma das maiores consumidoras de energia do pais, não descarta participar do consórcio de Belo Monte.

A Braskem encerrou o quarto trimestre de 2009 com prejuízo líquido de R$ 893 milhões (US$ 453,3 milhões). No mesmo período de 2008, auge da crise financeira global - que atingiu agudamente as indústrias petroquímicas globais-, as perdas atingiram R$ 2,138 bilhões (US$ 1,2 bilhão). A receita líquida foi de R$ 4,253 bilhões (US$ 2,2 bilhões) no último trimestre de 2009, praticamente a mesma do mesmo período do ano anterior. Os dados consolidados de 2009 mostram que a receita líquida ficou em R$ 15,248 bilhões (US$ 7,7 bilhões), recuo de 18% sobre o ano anterior. A empresa encerrou o ano com lucro líquido de R$ 917 milhões (US$ 465,5 milhões), revertendo o prejuízo líquido de R$ 2,457 bilhões (US$ 1,3 bilhão) de 2008. Gradin lembrou que o setor passará por um novo período de ciclo de baixa, previsto para 2010 e 2011, e que os custos operacionais da companhia serão maiores, considerando o atual cenário.