09/05/08 11h35

BRQ adquire ThinkInternational e ingressa no mercado americano

Valor Econômico - 09/05/2008

Sete meses depois de receber do BNDES um aporte de R$ 56 milhões (US$ 29 milhões), a BRQ, especializada em serviços de tecnologia da informação, completou um movimento ainda raro para uma empresa brasileira do setor: a aquisição de um negócio no exterior. A companhia acaba de adquirir o controle da americana ThinkInternational, de Nova York, com a qual já tinha parcerias comerciais. Pelo acordo, cujo valor não é revelado, a BRQ assume 80% de participação na ThinkInternational, que passa a se chamar ThinkBRQ. Os demais 20% permanecem nas mãos dos sócios originais, que também continuam nas operações dia-a-dia da empresa, criada há 11 anos. Com a compra, a BRQ vai absorver os 50 funcionários da ThinkInternational e um faturamento projetado de US$ 8 milhões neste ano. Em 2007, a receita da empresa americana foi de US$ 6 milhões. O negócio dá impulso direto à participação das vendas internacionais na composição da receita da BRQ. No ano passado, as exportações somaram US$ 15 milhões. Para 2008, a projeção é chegar a R$ 26 milhões (US$ 15,8 milhões), já incluído o faturamento da ThinkInternational. Quando recebeu o capital do BNDES, em outubro do ano passado, a BRQ já havia iniciado as conversas no exterior há algum tempo, mas chegar a um acordo exigiu uma boa dose de paciência e um ano de conversas. O vôo internacional não é a única novidade da BRQ. A companhia também adquiriu a carteira de clientes do mercado financeiro da Prodacom, de São Paulo. "A empresa tem clientes de outros setores, mas que estavam fora de nossa área de interesse", diz Quadros. O valor do negócio também não é revelado, mas a expectativa é de acrescentar R$ 9 milhões (US$ 5,5 milhões) em vendas ao faturamento deste ano. Com a aquisição da ThinkInternational e a transferência de parte dos clientes da Prodacom, além do crescimento de seus negócios originais, a meta da BRQ é encerrar o ano com uma receita de R$ 300 milhões (US$ 181,82 milhões), o dobro do movimento do ano passado. A composição projetada é de vendas de R$ 200 milhões (US$ 121,2 milhões) com crescimento orgânico, o das operações já existentes, além de R$ 100 milhões (US$ 60,6 milhões) gerados pelos negócios adquiridos. Novas aquisições estão no radar da companhia, incluindo a possibilidade de fechar um negócio na Europa ainda este ano.