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C&A fortalece imagem para encarar concorrentes

Valor Econômico - 23/03/2009

Para não correr o risco de perder sua liderança histórica no varejo de moda no Brasil, a C&A iniciou o ano com uma agressiva campanha de marketing, a mais exuberante desde a contratação de Gisele Bündchen, entre 2001 e 2003, e decidiu dar um novo visual às suas lojas. Desta vez, os rostos escolhidos são os das top models Carol Trentini, Emanuela de Paula e Alessandra Ambrósio, cujas iniciais coincidem com a marca C&A. A campanha estrelada por Gisele Bündchen é considerada um marco e ajudou construir a imagem da varejista no Brasil, onde sua presença é mais forte que em alguns países europeus. Segundo analistas do setor, a subsidiária brasileira é a mais bem-sucedida do grupo no mundo. Na Europa, a C&A enfrentou a concorrência dos novos varejistas globais, como a espanhola Zara e a sueca H&M, que acabaram assumindo a liderança desse mercado. E é esse o risco que a varejista não pretende correr no Brasil. Quem está a cargo das campanhas publicitárias é a DM9, que foi contratada em maio de 2008, quando a C&A desistiu de produzir ela mesma sua propaganda, abandonando uma antiga prática. Para modernizar as lojas no Brasil, a C&A contratou o escritório americano de design Chute Gederman. Segundo Élio França, diretor de marketing da C&A, pelo menos 15 das atuais 168 lojas da C&A no Brasil serão convertidas no novo modelo.

Após inaugurar 55 lojas nos últimos três anos, a empresa vai manter seu plano de expansão, apesar da crise econômica. Para 2009, estão previstas 10 inaugurações, diz França. Desde 2006, as concorrentes Marisa, Renner e Riachuelo, aceleraram a expansão e ultrapassaram a marca de R$ 2 bilhões (US$ 1.1 bilhão) de faturamento anual em 2008. Mas, por enquanto, a liderança da C&A não está ameaçada. Em relatório divulgado em 2008 sobre o varejo de vestuário no Brasil, o banco Credit Suisse estima que as vendas da varejista superem R$ 4 bilhões (US$ 2.19 bilhões) no Brasil. Nenhum número referente à operação é revelado pela C&A no Brasil, que também não divulga resultados financeiros na Europa.