02/07/08 14h30

Cães e gatos passam da classe D para a C e setor fatura US$ 1 bilhão a mais

Valor Econômico - 02/07/2008

No ano passado, cerca de 900 mil cães e gatos deixaram a classe D e passaram para a C, segundo estimativas da indústria pet. Eles acompanharam as duas milhões de famílias brasileiras que melhoraram seu padrão de vida entre 2006 e 2007. Assim como aconteceu no universo das pessoas - que passaram a consumir mais e melhor - os bichos também sentiram os benefícios da ascensão social. "Esses cães, que antes não eram vacinados, tratados ou que recebiam apenas restos de comida, agora se alimentam de ração, tomam vacinas e usam antipulgas", diz Luiz Luccas, diretor da operação brasileira da Merial, uma das maiores indústrias veterinárias do mundo. Graças a esses novos consumidores caninos - e felinos também -, a ração para animais de estimação passou a fazer parte da cesta básica de compras de mais pessoas, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais Domésticos (Anfalpet). Em 2006, segundo o secretário-executivo da entidade, José Edson Galvão de França, 42% dos cães e gatos domésticos eram alimentados com ração. Agora são 47%. Em relação a uma população brasileira de cães e gatos estimada pela indústria em 31 milhões, os cinco pontos percentuais de crescimento correspondem exatamente aos 900 mil bichinhos promovidos de classe social. Com isso, o faturamento dos fabricantes de rações passou de US$ 2,33 bilhões para US$ 3,06 bilhões no período. O segmento de produtos econômicos ou básicos, que representa 65% do mercado de rações, absorveu todo o crescimento do setor no ano passado, conforme a Anfalpet. A chegada de mais animais à classe C também engordou a venda de outros artigos que fazem parte do mercado, como vacinas, remédios e acessórios (coleiras, perfumes e "roupas"). Isso se refletiu, por exemplo, nas vendas da Merial, que passaram de R$ 292 milhões (US$ 134,1 milhões) em 2006 para R$ 316 milhões (US$ 163,7 milhões) no ano passado. O resultado de tanto cuidado foi o crescimento significativo do setor, que faturou US$ 1 bilhão a mais, incluindo vendas de rações, medicamentos, serviços (consultas veterinárias, banho e tosa) e acessórios, entre 2006 e 2007. Conforme a Anfalpet, as vendas pularam de US$ 3 bilhões para US$ 4,1 bilhões. Para este ano, a expectativa é atingir US$ 5 bilhões.