04/12/09 16h05

Caixa dobra o crédito habitacional

Folha de S. Paulo

Com o impulso do programa Minha Casa, Minha Vida, o financiamento habitacional da Caixa Econômica Federal bateu novo recorde ao emprestar R$ 39,3 bilhões (US$ 22,8 bilhões) neste ano até novembro, quase o dobro (alta de 93%) do registrado no mesmo período em 2008. O total emprestado dentro da ação federal poderia ser muito maior, na avaliação do vice-presidente do banco, Jorge Hereda, se a Caixa não tivesse que suprir a falta de crédito em outras instituições financeiras. O Minha Casa, Minha Vida contratou até o mês passado 176.379 unidades, montante bem aquém da meta de 1 milhão de moradias.

Para Hereda, no entanto, o objetivo será cumprido até o final de 2010 -último ano do governo Lula, que nunca estipulou um prazo oficialmente- se a Caixa "não tiver que fazer a parte de outros bancos", referindo-se aos empréstimos com recursos da poupança. "Vocês vão ver que a capacidade operacional da gente, que neste ano foi utilizada para suprir o mercado, vai estar toda em cima do Minha Casa, Minha Vida."

Os empréstimos com recursos do FGTS registraram crescimento de 46%, chegando a R$ 14,9 bilhões (US$ 8,7 bilhões) no período, valor suficiente para atender 245.229 famílias. Já com recursos da poupança foram contabilizados 412.327 contratos, totalizando R$ 20,3 bilhões (US$ 11,8 bilhões), com expansão de 134% e 119%, respectivamente. O esforço extra, diz Hereda, foi feito "com muita satisfação", embora ele considere muito altos os 72% de participação do banco federal no valor dos empréstimos habitacionais com recursos da poupança e do FGTS até outubro. Em 2008, eram 51%. Em unidades, o número foi de 70% para 83%. Das 176.379 propostas contratadas até agora no programa, lançado em março, 58% estão na faixa da população que recebe até três salários mínimos, onde está a maior parte do deficit habitacional do país.