15/12/09 10h54

Caixa lança crédito de US$ 581,4 mi para material de construção

O Estado de S. Paulo

A Caixa Econômica Federal lançou ontem uma linha de crédito de R$ 1 bilhão (US$ 581,4 milhões) para a compra de material de construção em lojas de varejo. O prazo de financiamento é de até 24 meses e o valor máximo de cada compra é de R$ 10 mil (US$ 5,81 mil). Segundo o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fabio Lenza, a taxa de juros dependerá do acordo com cada lojista. Ele acrescentou que caso haja demanda, esses recursos poderão ser ampliados em até um R$ 1 bilhão (US$ 581,4 milhões). Além da linha lançada ontem, a Caixa possui ainda R$ 4 bilhões (US$ 2,3 bilhões) pelo Construcard, linha de até 60 meses e com carência de 6 meses para reformas de maior porte. Nessa modalidade, não há limite de crédito e o valor depende da renda.

O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Claudio Elias Conz, disse que, com esses recursos, o setor terá desempenho em 2010 melhor que o aumento de 4% projetado para 2009. "Com o financiamento e a renda crescendo acima de 7%, esperamos crescimento de 10% nas vendas em 2010." A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) estima que as vendas internas do setor deverão crescer 15,7% em 2010. A expectativa é de recuperação em relação a este ano. De janeiro a outubro houve queda de 14,81% no acumulado das vendas domésticas. Já a produção da indústria de materiais caiu 9% de janeiro a outubro de 2009, ante o mesmo período do ano passado.

A expansão esperada para o Produto Interno Bruto (PIB) da construção em 2010 é de 8,8%, para toda a cadeia. Conforme estudo realizado pela FGV Projetos a pedido da associação, até 2016 as vendas de materiais terão crescimento real de 77,7%. O crescimento das vendas internas de materiais de construção em 2010 não deverá provocar falta de produtos, na avaliação do presidente da Abramat, Melvyn Fox. "As indústrias de materiais estão utilizando, em média, 85% da capacidade instalada. Se nada fosse feito, poderia haver falta em um ou outro segmento, mas o "termômetro Abramat" de novembro apontou que 60% dos fabricantes pretendem investir nos próximos 12 meses", disse Fox. Segundo ele, em meados do ano, cerca de 33% das indústrias tinham intenção de investir.