21/01/13 12h43

Canteiro de obras projeta Super Viracopos em 2014

Correio Popular

Com as obras de ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos “saindo do chão”, a concessionária que administra o terminal começou a trabalhar a segunda fase de expansão.  A Aeroportos Brasil Viracopos contratou o projeto e iniciou os procedimentos para obter a licença ambiental da segunda pista, cujas obras terão início em 2014, logo após a conclusão do novo terminal de passageiros previsto para entrar em operação dia 11 de maio e que tornará realidade uma demanda de anos da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O novo terminal irá alavancar o desenvolvimento de Viracopos, principalmente na atração de voos internacionais.

A segunda pista vai permitir ao aeroporto se tornar, a partir de 2017, o primeiro da América Latina com operações simultâneas de pouso e de decolagem. Ela será paralela à pista existente e estará a uma distância de 2,5 mil metros da atual área de pouso e decolagem. O contrato de concessão estipula a obrigação de construção da segunda pista quando o aeroporto atingir 178 mil movimentos anuais. No ano passado, segundo dados da concessionária, Viracopos teve 115.548 movimentos de aeronaves e passaram pelo terminal 8,8 milhões de passageiros. Os investimentos necessários para a implantação da pista de 3,6 mil metros de extensão, além das estruturas de taxiamento, serão de R$ 500 milhões (US$ 243,9 milhões). Além da segunda pista, foram contratados também os projetos do segundo acesso ao aeroporto e da recuperação da pista de taxiamento que passará a funcionar como pista de emergência.

O diretor de engenharia da empresa, Gustavo Müssnich, informou que concessionária está em negociação com a ALL, que opera o transporte ferroviário da malha paulista, para alterar o traçado da ferrovia que corta o aeroporto e que leva cargas da região de Campinas e Jundiaí até o Porto de Santos. O remanejamento dos trilhos será necessário à implantação da segunda pista.  A ferrovia será levada para fora do sítio aeroportuário, mas ainda dentro da área em processo de desapropriação. Além de realocar a ferrovia, a concessionária prevê uma estação no terminal de cargas, para que as mercadorias que chegam e saem por Viracopos possam ter mais um modal de transporte. Hoje, as cargas chegam por aviação ou por rodovia. Dele partirá um ramal para dar acesso ao transporte de cargas do terminal aeroportuário.

A ferrovia vai cortar o aeroporto e a intenção é aproveitar o potencial dos dois modais. No aeroporto haverá também uma estação ferroviária para passageiros, já prevista no projeto do trem de alta velocidade (TAV). O trem, conforme o projeto, chegará por um túnel que será instalado a partir do Jardim São Domingos, até o terminal. A realocação da ferrovia é necessária porque ela corta diagonalmente o terreno onde serão instalados as pontes de embarque e desembarque.

A ferrovia, segundo o historiador Henrique Anunziatta, foi construída pela Ferrovias Paulistas S.A (Fepasa) em 1979, como um trecho de exportação entre Uberaba e Santos e, em 2002, foi concessionado para a América Latina Logística (ALL). O Corredor de Exportação atravessa Campinas no sentido Norte-Sul, passando por áreas urbanizadas da região do Campo Grande, entre loteamentos ocupados como o Jardim Florence e Satélite Íris, seccionando também o aterro Complexo Delta.

Viracopos está atualmente no primeiro ciclo de investimento. O segundo será em 2017, quando o aeroporto atingir 22 milhões de passageiros anuais e começar a funcionar a segunda pista. O terceiro ciclo ocorrerá quando chegar a 45 milhões de passageiros (em 2024) e haverá necessidade da terceira pista.  O quarto ciclo está previsto para 2033, com 65 milhões de passageiros e construção da quarta pista e o quinto, em 2038, com 80 milhões de passageiros. Segundo a concessionária, as datas previstas para os ciclos de investimentos levam em consideração uma projeção da demanda de passageiros, podendo ser antecipadas para manter o nível de qualidade e conforto necessários à operação do aeroporto.

Começam as obras das 28 pontes de embarque
Os pilares dos píeres onde estarão 28 pontes de embarques do futuro terminal de passageiros estão sendo erguidos e as fundações tiveram início com a previsão de que, em outubro, quando cerca de 3 mil pessoas estarão trabalhando nas obras, os três píeres, o terminal e o edifício-garagem estejam cobertos. A partir daí, informou o diretor de engenharia da concessionária, Gustavo Müssnich, terão início obras de acabamento e a implantação dos sistemas para que, a partir de maio de 2014, o aeroporto esteja apto a receber 14 milhões de passageiros anuais. Para realizar a obra, a concessionária Aeroportos Brasil foi ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em busca de financiamento de R$ 1 bilhão (US$ 487,8 milhões). O novo terminal tem custo estimado de R$ 1,4 bilhão (US$ 682,9 milhões), dos quais R$ 400 milhões (US$ 195,1 milhões) são de equity das empresas que formam o consórcio que venceu o leilão de concessão.