30/07/09 11h17

Carbono Química volta a produzir poliamida

Valor Econômico

A Carbono Química, segunda maior distribuidora de solventes e hidrocarbonetos do país, espera assinar nos próximos dias um contrato de três anos para a retomada da produção de poliamida. O acordo prevê a terceirização da produção e a venda nos canais da própria distribuidora. A intenção da Carbono é fabricar, mensalmente, cerca de 40 a 50 toneladas do produto, utilizado em adesivos, tintas em pó, decorativas e gráficas, até o fim do ano, prevendo dobrar a capacidade de produção ao longo de 2010. O investimento da empresa somou R$ 400 mil (US$ 210,5 mil) em pesquisa e desenvolvimento.

A poliamida foi desenvolvida em laboratório pela Carbono Engenharia, empresa do grupo, a partir de óleos vegetais, entre os quais a soja. "A vantagem da poliamida que produziremos é que a nossa matéria-prima é abundante no país", disse o diretor de desenvolvimento da Carbono, Rodrigo Gabriel. Na rota tradicional da poliamida, utiliza-se óleo de palma ou "tail-oil", um subproduto da produção de papel.

A Carbono não revela o nome da empresa que fará a produção, mas dá uma dica. "Será um parceiro nacional, uma empresa de capital fechado do Estado de São Paulo", disse Gabriel. "O contrato prevê a divisão de lucros da venda da poliamida. Eles entram com a facilidade do acesso à matéria-prima e a fábrica, e nós com a tecnologia e o 'know how' de mercado". A empresa também vende resina époxi, utilizada por mesmos consumidores de poliamida.

A Carbono Química chegou a produzir, por alguns meses até o início de 2008, poliamida na mesma rota à base de óleo cru, mas enfrentou dificuldades porque o insumo na ocasião mostrou-se pouco rentável. Segundo Gabriel, os volumes de vendas no primeiro semestre tiveram recuo de 5%, mas os preços estão entre 20% a 25% menores do que em relação ao ano passado.