08/05/08 10h31

Carga sai da estrada e vai a água e ar

DCI - 08/05/2008

Atentos às tendências do mercado, os grandes operadores logísticos do modal rodoviário buscam diversificar sua atuação, ao implementarem outras opções para o transporte das cargas. Com isso, empresas como a Julio Simões, que confirma sua entrada no modal fluvial e a Ceva Logistics que estuda opções para estender suas operações na cabotagem (navegação costeira), conseguem driblar problemas como a elevação dos preços nos combustíveis, conseguindo assim, otimizar os custos, além de reduzir o tempo na movimentação, em alguns casos, e fidelizar a clientela. Por outro lado, uma das líderes nacionais em entregas expressas, a TNT Mercúrio, nova marca da TNT, e que diz deter 15% do mercado expresso brasileiro, com um plano de investimento de 100 milhões de euros em 10 anos, revela que pretende iniciar operações com aeronaves próprias no intuito de fortalecer a conectividade das entregas entre Brasil, Europa e Ásia, além de aumentar a gama de serviços nessas rotas. Para Irecê de Andrade, executiva de logística da companhia Julio Simões, esse é um movimento que as empresas mais fortes vêm demonstrando. Iricê disse, em entrevista exclusiva ao DCI, que no novo braço de atuação a Julio Simões irá realizar diretamente a operação, sem terceirização: a região, o tipo de embarcação e as cargas que vão ser transportadas, só serão revelados nos próximos dias, após o fechamento do negócio. Com a diversificação dos negócios, a empresa quer atingir um faturamento de R$ 2,3 bilhões (US$ 1,4 bilhão) em 2008, contra o R$ 1,85 bilhão (US$ 958 milhões) conquistado no ano passado. Demonstrando que o modal rodoviário deve continuar forte, a empresa fez a aquisição de 400 caminhões e vai mais que dobrar essa compra este ano, com a incorporação de mais 450 ainda em 2008. Em sintonia com os caminhos que o setor logístico vem tomando rumo à multimodalidade, o presidente da Associação Nacional de Logística (Aslog), Adalberto Panzan, segue a teoria da diretora da Julio Simões ao qualificar o movimento multimodal com uma opção dos grandes operadores para se fortalecerem, otimizando operações e custos. A Ceva também segue as tendências do setor ao considerar a interação de mais de um modelo de transporte, uma alternativa. "Realizamos estudos de viabilidade para novas formas de transporte, como por exemplo, a cabotagem", sinalizou Giuseppe De Vincenzo, diretor da Ceva para a América do Sul. Ricardo Melchiori, diretor de Operações da Ceva, reafirmou as colocações Vincenzo ao revelar "que desenvolve há um ano um projeto intermodal, para atender principalmente às empresas que movimentam grandes massas (commodities) por todo o Brasil", e que "as novas alternativas envolvem tirar o máximo proveito de todos os recursos logísticos disponíveis em cada região para otimizar o transporte". Melchiori cofirmou também que o aumento no preço do frete, por conta da alta no diesel, acelerou o processo de diversificação, já que 99% da frota é terceirizada, e que hoje, na fase final de projeto, a Ceva está numa posição mais confortável, iniciando negociações contratuais com alguns clientes, e conseguindo implantar a novidade no segundo semestre deste ano.