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Carne cara leva UE a retomar importações de SP e PR

Valor Econômico - 01/07/2008

A União Européia (UE) decidiu retomar a importação de carne bovina in natura de São Paulo e Paraná, num momento em que os 27 países comunitários enfrentam alta de preços do produto, por causa da ausência de Brasil e Argentina do mercado. A decisão de incluir os dois Estados brasileiros na lista autorizada para exportar à UE foi aprovada ontem pelo Comitê Permanente para Cadeia Alimentar e Saúde Animal do bloco, e basta agora a aprovação formal da Comissão Européia. O diretor de Saúde Animal da UE, Bernard Van Goethem, disse ao Valor que a decisão vem no rastro do reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) dos dois Estados como áreas livres de aftosa com vacinação, em maio. Além de São Paulo e Paraná, também recuperaram o status: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal. Todos estavam com status suspensos desde outubro de 2005, após casos de aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná. A situação do Mato Grosso do Sul, que também perdeu o status, será reavaliada este mês pela OIE. Depois que o Estado recuperar a condição de livre de aftosa com vacinação, o Brasil vai pleitear à UE que também volte a habilitá-lo para exportação de carne bovina, disse o secretário de defesa agropecuária do ministério, Inácio Kroetz. Com a decisão, a base de propriedades em áreas habilitadas a exportar para o bloco aumenta, disse o secretário. A partir de agora, fazendas paulistas e paranaenses também poderão ser incluídas na lista de propriedades habilitadas a fornecer bovinos para abate e exportação à UE. Questionado se isso pode levar a uma retomada dos volumes de carne in natura exportados pelo Brasil ao mercado europeu, Kroetz limitou-se a dizer que os critérios de avaliação - para inclusão na lista que hoje tem cerca de 100 fazendas - continuam os mesmos. Mas disse que crescem as chances de vendas do Brasil para outros mercados, já que vários países têm a UE como referência em questões de sanidade. Van Goethem observou que a lista das fazendas autorizadas tem menos de 100 propriedades e que preços altos do boi no Brasil parecem desestimular os pecuaristas a vender o gado rastreado para exportação.