18/08/08 15h45

Caterpillar mira retomada no país

Valor Econômico – 18/08/2008

A direção mundial da Caterpillar apostou em um funcionário com quase 40 anos de carreira para ocupar a presidência da subsidiária brasileira. E Luiz Carlos Calil, 56 anos, natural de Piracicaba (SP), além de ter aceitado o desafio, já conseguiu emplacar um plano de investimentos de US$ 200 milhões no país, algo inédito na história da filial nos últimos dez anos. Agora, quatro meses depois de assumir o cargo, Calil se dedica integralmente ao plano de investimentos programado até 2010, para ampliar em 20% a capacidade de produção da Caterpillar no país. Segundo ele, a filial brasileira da fabricante de máquinas tem todo o respaldo da matriz para realizar os investimentos e é tida como referência entre as 174 unidades da companhia pelo mundo. Pelo desempenho das vendas no Brasil, é possível perceber os impactos do câmbio e aço na empresa. Para efeito de comparação, conforme os dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), de janeiro a junho, o volume vendido no país, incluindo os importados, foi 52,3% maior do que em igual período de 2007. No total, foram comercializados 6.716 equipamentos da categoria rodoviária. Na Caterpillar, o executivo espera um acréscimo de 5% sobre o ano passado no número de unidades vendidas no mercado interno. Já a perspectiva para a América Latina é de um volume 26% superior. A fábrica, localizada em Piracicaba, produz sete famílias de equipamentos. Com exceção da área de geradores de energia, todos os outros produtos são destinados à construção civil, mais especificamente para obras de pavimentação. São mais de 40 modelos diferentes de máquinas, entre tratores de esteira, escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras, compactadores, motoniveladoras, carregadeiras de rodas e subterrâneas. Apesar do câmbio e do atual patamar de preço do aço serem desfavoráveis ao perfil de produção da subsidiária brasileira, voltada ao mercado externo, a estratégia de expansão da Caterpillar está baseada na necessidade de investimentos em infra-estrutura não só do Brasil, mas de toda a América Latina. "Os recursos objetivam um aumento de demanda no curto prazo", justificou Calil, afastando a possibilidade de crise na região. Parte dos investimentos será aplicada na construção de dois prédios, com áreas de 44 mil e 18 mil metros quadrados. O restante em máquinas, capacitação e na implementação do sistema de produção Caterpillar, inspirado no modelo Toyota.