04/09/12 12h35

CDW investe para ampliar a Brasmetal

Valor Econômico

Para enfrentar a estagnação do mercado global de produtos siderúrgicos, a multinacional alemã de laminação de aço CD Waelzholz (CDW) está focando sua estratégia nos mercados em crescimento e vai investir US$ 30 milhões na unidade industrial de Diadema, na região metropolitana de São Paulo.

A companhia - que assumiu o controle da brasileira Brasmetal no início do ano passado - vai expandir a unidade, com capacidade atual de 100 mil toneladas de aço por ano, para 120 mil toneladas por ano. Os recursos, provenientes da matriz e do mercado, serão desembolsados ao longo de três a cinco anos.

"O foco da empresa é crescer no mercado doméstico. Esperamos que o setor automobilístico avance e queremos atendê-lo", afirmou ao Valor Rainer Theile, presidente da subsidiária da alemã no Brasil, a Brasmetal Waelzholz (BW).

Recém chegado ao país, o executivo assumiu o comando no Brasil com a missão de colaborar para a estratégia de internacionalização da companhia. Com as economias maduras em compasso de espera, atingidas pela crise, os negócios no Brasil representaram o pontapé inicial para a expansão internacional da companhia, que hoje tem - além dos negócios brasileiros - nove fábricas, nos EUA, China, Alemanha, Áustria e França.

O mercado de autopeças e o de duas rodas respondem hoje, juntos, por mais de 60% da receita da empresa no país. A área agrícola representa 15% dos resultados, enquanto o setor industrial e outros ficam com o restante.

A especialidade da companhia é receber bobinas e chapas das siderúrgicas e relaminá-las de acordo com as exigências dos clientes. Com 85% da capacidade de produção utilizada em Diadema, BW hoje tem uma participação de mercado de cerca de 40%. Com a expansão, a ideia é que essa participação cresça. Hoje, o mercado brasileiro de relaminados soma 200 mil toneladas por ano, segundo dados da própria empresa. O país serve ainda como uma plataforma de exportações para a América Central, América do Sul e México. Das vendas, 15% vão para o exterior.

Conquistar o mercado nacional tem um significado importante para a companhia, que tem sofrido com a queda nos preços dos produtos siderúrgicos, a pressão dos importados e a crise internacional. As vendas líquidas da BW caíram de R$ 300 milhões em 2010, para R$ 270 milhões no ano passado. Para 2012, as projeções apontam para estabilidade dos resultados.

Globalmente, os dados da companhia também mostram certa estabilidade. Com produção de 600 mil toneladas por ano, a alemã apresentou vendas de US$ 1 bilhão no ano passado, sendo que o faturamento em 2010 ficou em US$ 976 milhões. Quase 80% desses resultados vêm da Europa, enquanto os EUA representam 4%, a Ásia soma 3% e a América Latina 15% dos números. "O mercado na Europa está estagnado", explicou Theile. "Para os emergentes, estamos trazendo novas tecnologias e queremos ganhar competitividade", completou o executivo.

A CDW está no Brasil desde a década de 70, com participação de 49% na Brasmetal. No ano passado, o grupo comprou as ações ordinárias do sócio brasileiro, a família Souto Vidigal.