07/12/11 13h00

Cenário é positivo para TI no Brasil

Valor Econômico

O cenário macroeconômico ainda é incerto em função da evolução da crise internacional e do efeito que as medidas adotadas pelo governo brasileiro terão sobre a economia doméstica. Mas, para as empresas de tecnologia da informação e de comunicações (TIC), que tradicionalmente crescem a taxas superiores ao Produto Interno Bruto (PIB), as perspectivas ainda são favoráveis.

Krishna Srinivasan, presidente mundial da consultoria Frost & Sullivan, observou que o Brasil é atualmente um dos únicos países que crescem em meio à crise e têm perspectivas de expansão, sobretudo nas áreas de tecnologia e inovação. A Frost & Sullivan definiu dez grandes tendências que devem determinar o destino das empresas ao longo da década. Uma delas é a multiplicação de cidades inteligentes - cuja gestão dos serviços públicos é feita com a forte adoção de tecnologias.

Phil Howarth, sócio e diretor de operações da Frost & Sullivan para América Latina e África, diz que só para a gestão dos serviços de comunicação e internet será necessário lançar 900 satélites em órbita no mundo até 2020. Também serão necessários fortes investimentos em infraestrutura de TI, como criação de centros de dados e ampliação das redes de banda larga. "Há muitas oportunidades de crescimento em software, 'hardware' e serviços", afirmou Howarth.

O setor de telecomunicações é um dos que devem se manter aquecidos em decorrência dos investimentos em banda larga em realização no país. Marcio Carvalho, diretor de produtos da Net, diz que a empresa mantém o plano de investimentos de R$ 1,5 bilhão neste ano, aplicado na expansão do raio de cobertura. "Está mais difícil captar recursos no mercado porque há muita apreensão. Ainda assim, o setor de telecomunicações deve ter uma expansão acima do PIB em 2012", diz Carvalho. Ele diz que a classe média continua e se expandir e há uma parcela do mercado não atendida pelo setor.

Para Luiz Tadashi Akuta, gerente de desenvolvimento de negócios da Mitsubishi Electric, as empresas envolvidas em projetos de infraestrutura tendem a apresentar os melhores desempenhos em 2012. "Todos os outros países apresentam um cenário econômico estável ou de queda", afirma.

Outro segmento que deve se manter em expansão é o de armazenamento de software e documentos em centros de dados, com acesso remoto por internet. Welson Tadeu Barbosa, gerente de desenvolvimento de negócios da EMC Corporation, estima que a empresa registrará crescimento no próximo ano. "A demanda no Brasil ainda não foi afetada pela crise. Ainda há muita demanda das empresas por serviços na nuvem", diz.

Para Marco Bravo, diretor de desenvolvimento de negócios da Microsoft, as encomendas indicam que a demanda em 2012 no país seguirá aquecida no segmento empresarial e residencial. No setor empresarial, ele destaca os crescentes investimentos de companhias dos setores de finanças, varejo e telecomunicações, entre outros.

"Só a China tem o mesmo potencial em volume de consumidores, com a diferença de que lá o poder aquisitivo de grande parte da população é muito baixo", afirma. Bravo cita a fabricação do console de jogos Xbox 360 no país e o lançamento do Windows Phone como sinais de que a Microsoft está otimista em relação ao Brasil.

Os executivos participaram do evento "Global Community of Growth, Innovation and Leadership", realizado pela Frost&Sullivan ontem, em São Paulo.