22/04/10 11h15

Centauro investe para dobrar rede até 2012

Valor Econômico

Ainda é cedo para saber se o Brasil vai ganhar alguma medalha ou troféu nos próximos eventos esportivos que sediará, mas Sebastião Bonfim Filho, dono da varejista de artigos esportivos Centauro, já está comemorando. O otimismo do empresário, fundador do Grupo SBF, que também possui a rede By Tennis e a licença da Nike Store no Brasil, é com os negócios. Ele prevê que esta será a "a década de ouro" para a companhia. Até o fim de 2012, antes da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, o grupo planeja praticamente dobrar de tamanho em números de lojas e mais que duplicar seu faturamento.

Depois de fechar 2009 com 150 lojas físicas e o negócio virtual (Centauro.com.br), Bonfim Filho programou a abertura de 139 lojas nesses próximos anos. Todas em shopping centers, mantendo a atual estratégia do grupo. A receita anual deve saltar de R$ 1,6 bilhão (US$ 888,9 milhões) previsto para este ano para R$ 3,5 bilhões (US$ 1,9 bilhão) em 2012, de acordo com o planejamento. É com esse tamanho e a aproximação dos eventos esportivos que o empresário, que criou o negócio em 1981, pretende levar a empresa à BM&FBovespa. "No início, eu só queria vender camiseta e tênis", brinca ele, que investiu US$ 10,5 mil na primeira loja, em Belo Horizonte (MG). Hoje, se dedica a planos ousados como ser um dos dez maiores grupos esportivos do mundo ao fim desta década, mas sem sair do Brasil. Atualmente, é o maior grupo da América Latina. Aos poucos, Bonfim Filho prepara a abertura de capital, que espera realizar em 2012. O objetivo, com esse movimento, é obter capital, buscar a perpetuidade do negócio e conseguir liquidez para ao menos parte de seu patrimônio.

Até o fim de 2012, o grupo terá investido cerca de R$ 350 milhões (US$ 194,4 milhões) nesse projeto de crescimento. Os recursos, segundo Bomfim Filho, virão do BNDES, do Banco do Nordeste e da geração própria de caixa do negócio. O empresário acredita que a margem do negócio é um pouco maior que a do varejo tradicional, pois se trata de um nicho. Em 2009, a empresa teve receita de R$ 1,1 bilhão (US$ 558,4 milhões) e um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de R$ 120 milhões (US$ 60,9 milhões). Após todas as mudanças na gestão, a expectativa é que a margem fique entre 15% e 20% com ganho de eficiência. Já a margem líquida deverá variar de 4,5% a 5,0%. A dívida líquida, no fim do ano passado, era da ordem de R$ 250 milhões (US$ 126,9 milhões).

Depois de todo esse plano concretizado, Bonfim Filho aposta que a realidade do mercado de artigos esportivos no Brasil será bem diferente da atual - muito maior. "Já vi o efeito que Copa e Olimpíada trazem para um país. Nunca mais será a mesma coisa. O esporte estará muito mais inserido na vida do brasileiro."