24/04/15 11h50

Centro busca parceiro para pesquisa em biocombustível

Agência Metropolitana de Campinas

Criado em novembro com a missão de desenvolver motores de combustão interna adaptados ou desenvolvidos especificamente para os biocombustíveis, e estudos sobre a sustentabilidade do material, o Centro de Pesquisa em Engenharia Professor Urbano Ernesto Stumpf será apresentado hoje (23/04/2015) ao setor privado de pesquisa nas áreas de biocombustíveis e engenharia baseado no Techno Park em Campinas. A proposta, segundo o diretor do Techno Park, José Luiz Camargo Guazzelli, é que o parque tecnológico possa alavancar a relação das empresas com o centro de pesquisa e, futuramente, o desenvolvimento de projetos de cooperação técnica entre as duas instituições.

O desenvolvimento dos motores para biocombustível vai exigir investimento de R$ 32 milhões em dez anos, sendo que R$ 8 milhões (US$ 2,66 milhões) virão da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), R$ 8 milhões (US$ 2,66 milhões) da Peugeot Citroën do Brasil (PCBA) e cerca de R$ 16 milhões (US$ 5,32 milhões) em despesas operacionais e salários pagos pelas instituições de pesquisa participantes. O projeto envolve a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), a Fapesp e a PCBA. Essas instituições atuarão em rede e participarão em suas áreas de especialização para o desenvolvimento de motores.

O centro de pesquisa é projeto coordenado por Waldyr Gallo, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Unicamp e está sediado na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp. Ele está integrado por pesquisadores da universidade, do Laboratório de Engenharia Térmica e Ambiente (Lete) da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), do Laboratório de Combustão, Propulsão e Energia (LCPE) do ITA e do Laboratório de Motores e Veículos do IMT.

A linha de pesquisa e desenvolvimento visa retomar os estudos que foram paralisados em 2006, quando a fabricação de motores dedicados a etanol no Brasil foi suspensa— época em que os veículos flex fuel passaram a liderar a frota de automóveis. O novo centro, criado em novembro, visa retomar os estudos e testar tecnologias usadas até então em motores a etanol, como a de injeção indireta. A proposta do centro é avançar no conhecimento de biocombustíveis em geral e não apenas de etanol.

A intenção é desenvolver um motor que se aproxime dos motores a diesel em termos de eficiência para poder se tornar um produto com nicho de mercado, que competirá com motores a diesel e não com os a gasolina, como ocorre com os flex fuel.

Entre os temas que serão investigados estão novas configurações de motores a biocombustíveis, veículos híbridos, redução de consumo, emissão de gases e seus impactos e a viabilidade econômica e ambiental de biocombustíveis.

O evento de hoje no Techno Park terá participação do prefeito Jonas Donizette (PSB) e do vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Márcio França.

Após o evento de apresentação do Centro de Pesquisa em Engenharia Professor Urbano Ernesto Stumpf, o diretor do Techno Park, José Luiz Camargo Guazzelli, vai entregar ao secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Márcio França, o projeto de ciência e tecnologia do Techno Park, cujo conteúdo atende os requisitos para que esse parque privado possa ser credenciado junto ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) — esse sistema dá apoio e suporte aos parques tecnológicos, com o objetivo de atrair investimentos e gerar novas empresas intensivas em conhecimento ou de base tecnológica, que promovam o desenvolvimento econômico do Estado.

O Techno Park é um parque privado, com 66 empresas, que visa estimular o desenvolvimento econômico e ampliar a competitividade de Campinas, com foco na atração de empresas de base tecnológica. Ele funciona por meio de acordos de cooperação com instituições de pesquisa e inovação e associa o conhecimento gerado no âmbito acadêmico à atividade produtiva.

Os parques tecnológicos de Campinas estão pré-credenciados no sistema e os primeiros a receberem o credenciamento definitivos serão os públicos, caso dos parques da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer e o Polis, o parque do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD).

O Techno Park, um parque privado, e o Ciatec 2 ficarão na segunda etapa.