04/08/09 11h48

Chineses vêm ao Brasil para disputar setor de defensivos

DCI

Empresas chinesas desembarcam no Brasil para disputar com multinacionais do setor - entre elas a Monsanto - o mercado de defensivos no País. As companhias asiáticas já se preparam para se firmar não só como fornecedoras de defensivos agrícolas como detentoras do registro para a comercialização. A maioria dos produtos oferecidos é de genéricos e já entram no mercado a preços bastante competitivos.

Steven Lu, diretor do Fuhua Group, é um dos executivos que chegou essa semana ao Brasil para avaliar o mercado e prospectar possíveis parceiros. Segundo o empresário, até o final do ano a companhia será a segunda maior fabricante de glifosato da China e a terceira maior do mundo. "Sendo tão grande assim não temos outra opção que não a de entrar em grandes mercados e nesse caso o Brasil é o maior", disse. O Fuhua Group já tem pedidos de registros em andamento no Brasil e, tão logo sejam aprovados, a expectativa é a de que dentro de um período de cinco anos o País represente de 20% a 30% do volume de vendas da empresa. "O custo do registro no Brasil é alto, mas os lucros são proporcionais", afirma Lu. No Brasil, a líder de vendas em glifosato é a Monsanto, gigante do setor agrícola.

Segundo Lu, a receita para entrar na disputa é qualidade e preços competitivos, o que, de acordo com o executivo, será possível devido à capacidade de produção da empresa, que também pretende apostar na prestação de serviços pós-venda.

Flávio Hirata, diretor da Allier Brasil, é um dos intermediadores da entrada das empresas chinesas no Brasil. Ele organiza a terceira edição do AgrochemShow, maior evento de intercâmbio comercial com a China na área de insumos que acontece nesta semana, em São Paulo. "As empresas chinesas passaram a entender que o registro é a porta de entrada para o mercado brasileiro", diz. "Os interessados são empresas de genéricos brasileiras e estrangeiras, além das multinacionais do setor que querem observar o que acontece no mercado", diz Hirata.

O executivo lidera uma comitiva com cerca de 100 representantes de 55 companhias. Nos anos anteriores da feira, que ocorre bianualmente, participaram do evento 23 empresas. A visita é financiada pelo governo chinês para promover as empresas do país. Segundo Hirata, o interesse dos chineses é crescente porque são os maiores produtores de agroquímicos do mundo e não conseguem absorver a produção.