13/05/08 11h40

Classe B engorda e puxa o consumo em 2008

Valor Econômico - 13/05/2008

A expansão da classe C, impulsionada em grande parte pela ascensão das classes mais baixas, D e E, já chegou ao ápice. A partir de agora, a tendência é a classe C subir alguns degraus rumo à camada B da pirâmide sócio-econômica. Essa é a principal conclusão do estudo Brasil em Foco - IPC Target 2008, realizado pela empresa de pesquisas Target Marketing.  O levantamento foi feito com base em dados secundários, pesquisados em fontes oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e atualizados de acordo com a metodologia da empresa de pesquisas. Para este ano, a consultoria prevê que o consumo nacional atinja R$ 1,742 trilhão (US$ 1,024 trilhão), considerando 53,9 milhões de domicílios no país e 187,1 milhões de pessoas.  Entre os anos de 2005 e 2008, segundo a Target, a classe C - que a partir deste ano passou a ser dividida em duas, C1 e C2, conforme os novos critérios de classificação da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) - permaneceu praticamente com a mesma participação dentro do consumo geral da população: passou de 27,2% para 27,3%. "O movimento das classes D e E rumo à C já encontrou o seu pico e, agora, a capacidade de compra dessas classes mais baixas, que somam apenas 6% do consumo nacional, é muito pequena", diz o diretor da Target Marketing, Marcos Pazzini.  Em compensação, as compras das famílias das classes B1 (que têm renda média mensal de R$ 4,4 mil/US$ 2,59 mil)  e B2 (R$ 2,47 mil/US$ 1,45 mil) cresceram, respectivamente, 2,1 e 4,3 pontos percentuais no mesmo período, respondendo hoje por 20% e 24,6% do consumo geral. Já as compras das classes A1 (renda de R$ 13,7 mil/US$ 8,0 mil) permaneceram estagnadas em 4,6%, enquanto as da A2 (R$ 8,9 mil/US$ 5,2 mil) caíram de 18,7% para 17,5% desde 2005. A mudança de classe social, de acordo com os critérios da Abep, é acompanhada pela aquisição de bens e serviços, e não necessariamente pelo aumento de renda. Sendo assim, a compra do computador, por exemplo, cada vez mais acessível às classes populares, leva uma família antes pertencente à classe C a buscar também serviços de telefonia e internet, que elevam a sua condição de consumo ao nível B2. "Outro movimento observado pela classe C rumo à B, de acordo com outras pesquisas que fazemos para grandes empresas, diz respeito à busca de escola privada para os filhos ou mesmo de cursos complementares, como o inglês", diz Pazzini.