02/07/15 14h23

Clientes de alta e média tensão receberão medição de energia automatizada

CPFL investe R$ 67 milhões em sistema de leitura e faturamento para consumidores de alta e média tensão, responsáveis por 40% da receita do seu negócio de distribuição

Brasil Ecomônico

Até junho do próximo ano, a CPFL Energia vai concluir a migração de todos os seus clientes de alta e média tensão — responsáveis por cerca de 40% da receita do negócio de distribuição da companhia — para um sistema eletrônico de medição à distância, num investimento total de R$ 67 milhões. Até dezembro, a empresa terá 23,5 mil consumidores do chamado Grupo A conectados à plataforma de leitura e faturamento automáticos. Outros três mil serão adicionados até meados de 2016. A telemedição é apenas parte de uma estratégia mais ampla de modernização das redes e das operações das oito distribuidoras da CPFL, orçada em cerca de R$ 250 milhões.

Com uma base de 7,5 milhões de clientes nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, a empresa negocia a compra de dois milhões de medidores digitais de consumo de energia. A previsão inicial era de que os aparelhos começassem a ser instalados ainda este ano, mas a negociação com fornecedores se estendeu e o contrato de compra deverá ser fechado apenas em outubro ou novembro. Depois, os medidores inteligentes terão de ser homologados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Se o cronograma atual for mantido, a instalação começará no segundo semestre do próximo ano.

Além da leitura e faturamento automáticos, a companhia trabalha também na montagem de um portal em que os clientes de alta e média tensão poderão acompanhar praticamente em tempo real o seu consumo de eletricidade. A página está prevista para entrar no ar até o fim deste ano. O envio das contas de consumo por e-mail já é oferecido à toda a base de consumidores da CPFL — a meta é chegar a um milhão de clientes cadastrados ainda em 2015, contra um total atual de 700 mil. 

No caso dos clientes de média e alta tensão (Grupo A), a telemedição é feita via rede de radiofrequência do tipo Mesh, tecnologia amplamente utilizada nos Estados Unidos. A principal diferença é que no mercado americano os medidores normalmente estão instalados a curta distância uns dos outros, enquanto no caso da CPFL os clientes estão mais dispersos, numa área de concessão de aproximadamente 180 mil quilômetros quadrados. “Nos Estados Unidos, os dados ‘pulam’ de um medidor para outro até o ponto concentrador, de onde são transmitidos”, explica Paulo Bombassaro, diretor de Engenharia da CPFL. “Aqui, 90% dos clientes são atendidos com tecnologia Mesh e 10% com GPRS (transmissão de dados usando rede celular)”. O GPRS provê a conexão em clientes mais distantes. Dos 26,5 mil consumidores do Grupo A, cerca de três mil não podem ser atendidos com nenhuma das duas tecnologias, seja por questões técnicas ou de custos. “Os projetos serão feitos caso a caso”, diz o diretor de Engenharia da CPFL.

Ainda dentro dos investimentos de modernização da rede, a companhia inaugurou em maio um centro de despacho para atendimento de todas as solicitações de clientes. As ordens de serviço são enviadas eletronicamente, via sinal de celular ou satélite, às equipes de campo, dotadas de tablets. Em julho do ano passado, a CPFL já havia inaugurado um centro de operações, voltado para o controle do sistema elétrico.

Desde 2010, a companhia instalou cerca de 4,8 mil equipamentos (chaves) telecomandados, via GPRS, que possibilitam manobras remotas na rede, tais como o isolamento de trechos com defeito e o restabelecimento automático do fornecimento de energia. Até o fim do ano, a CPFL adicionará à rede 640 novos religadores, com tecnologia Mesh, que vão se somar a outros 45 instalados no ano passado. A modernização permitirá à companhia disputar novos mercados. “Com a rede Mesh, vamos poder oferecer outros serviços, como por exemplo a telegestão de iluminação pública”, justifica Bombassaro.

O esforço da CPFL para aumentar a eficiência das operações inclui ainda a “primarização” — desde 1º de maio — de 139 equipes de serviços técnicos e comerciais, num total de quase 300 colaboradores. As equipes de atendimento emergenciais já eram próprias, assim como as dos call centers da companhia energética.