02/07/10 14h59

CNI espera um aumento de 24,5% no investimento produtivo em 2010

Valor Econômico

A maior expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre levou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a elevar de 6% para 7,2% a previsão de crescimento para 2010. Para o setor industrial, a estimativa de crescimento sobe de 8% para 12,3%. Quase todos os indicadores econômicos foram revisados para cima, com destaque para o investimento, que passou de 18% para 24,5%. A CNI avalia que este segundo semestre será de desaceleração em comparação com a primeira metade do ano. Ainda assim, a tendência é de nível de atividade aquecido, com uso da capacidade instalada entre 83% e 84%.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, salientou a trajetória ascendente do investimento privado e público. "A participação dos investimentos no PIB deverá ser recorde, atingindo 19,4%", afirmou. De forma desagregada, ele citou a maior produção de máquinas e equipamentos, a construção de fábricas, a edificação de novas unidades habitacionais e as obras públicas e privadas de infraestrutura. Castelo Branco lembrou que esses projetos estão sendo concretizados e têm contribuído para ampliar a capacidade de produção do parque fabril. É por isso, frisou, que mesmo com a demanda se mantendo elevada, o uso da capacidade instalada oscilará entre 83% e 84%, sem que haja, da perspectiva do setor industrial, pressão entre oferta e demanda.

Ainda entre os componentes do PIB, a CNI elevou de 6,2% para 7,3% o consumo das famílias. No que se refere à variação de preços, a projeção para o IPCA manteve-se estável em 5,4%. "A inflação continua acima do centro da meta, mas isso foi provocado sobretudo pelos preços dos alimentos e serviços", comenta. Sobre a taxa Selic, a perspectiva é de um ciclo curto e intenso de política monetária restritiva. Para a CNI, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fará mais dois aumentos nos juros, com a taxa chegando em dezembro em 11,50%. A projeção anterior era de 11%.

As projeções menos otimistas são para o setor externo, sustentadas pela tendência de maior evolução das importações que das exportações e ampliação do saldo negativo em transações correntes. Na balança comercial, a previsão é de US$ 190 bilhões em exportação, e de US$ 180 bilhões em importações. Com isso, a indicação de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos foi ampliada de US$ 50 bilhões para US$ 54 bilhões.