11/02/10 10h44

CNI estima alta de 7,1% este ano na indústria

O Estado de S. Paulo

A indústria de transformação fechou 2009 com o pior resultado da série histórica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), iniciada em 2003. Os dados de dezembro, no entanto, mostram um processo de aquecimento da produção. A expectativa da CNI é que os indicadores voltem aos níveis anteriores à crise até o fim do primeiro semestre. Sua estimativa é de expansão de 7% este ano.

Em 2009, o faturamento real da indústria caiu 4,3% ante o ano anterior. O número de horas trabalhadas, que mede a produção, recuou 7,6% e o emprego, 3,1%. A massa salarial real do trabalhador no setor teve retração de 1,5% em relação a 2008. Esses são os únicos resultados negativos anuais em toda série histórica da CNI. "A consequência da crise para a indústria foi um retrocesso forte. A conta da crise no Brasil foi paga pela indústria", afirmou o economista-chefe da CNI, Flavio Castelo Branco. "Até meados do ano, gradualmente, vamos voltar aos patamares que vigoravam em setembro de 2008."

O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) fechou em 81,7% em dezembro, pelos dados com ajustes sazonais. Em dezembro de 2008, ainda no auge da crise, o indicador era de 79,4%. O economista destacou que, embora a utilização do parque fabril venha crescendo de forma gradual, ainda está longe dos níveis médios de 2008. A média em 2008 foi de 82,6% e, em 2009, de 79,8%.

"É preciso acabar com essa mística de que capacidade instalada alta é ruim. É bom que seja alta. Ociosidade é custo e não estimula investimentos", disse. Em setembro de 2008, último mês naquele ano que não sofreu o impacto da crise, o nível de uso do parque industrial era de 83%. Castelo Branco disse que o índice atual é suficiente para estimular investimentos sem risco de elevação nos preços industriais para atender à demanda.