01/12/10 11h13

Coats Corrente abre novas áreas de negócios

Valor Econômico

O diretor de vendas e marketing da Coats Corrente, Antônio Carlos Longuini, não encontra uma sala de reuniões livre para a entrevista com o Valor. "Mas é por um bom motivo: algumas salas foram realocadas para receber novas áreas de negócio", diz o executivo que é prata da casa, há 31 anos na empresa. Há mais de 100 anos, a fabricante inglesa de linhas e zíperes ocupa o mesmo espaço no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, mas os últimos tempos têm sido especialmente agitados.

Pressionada pela concorrência dos importados têxteis chineses - que gera redução das encomendas das confecções locais -, a antiga Linhas Corrente tenta se reinventar. Nos últimos três anos, investiu US$ 150 milhões em tecnologia, marketing e produção. Hoje, é possível encontrar produtos da Coats Corrente em artigos que vão muito além das linhas para costurar ou dos fios para tricotar um cachecol: desde absorventes íntimos internos e suturas usadas por cirurgiões, passando por uniformes de bombeiro e coletes à prova de bala, até linhas que percorrem os cabos de fibra óptica, sua mais nova investida.

"O segmento de especialidades, que reúne os novos usos da linha, ainda representa pouco (10%) na receita da divisão industrial, mas é nesse segmento que está o maior potencial de crescimento da empresa", diz Longuini, que não revela o faturamento. Em especialidades, estão ainda as linhas aplicadas em calçados, móveis, estofados (inclusive automóveis), saquinhos de chás e encadernação de livros. A grande aposta está nas linhas especiais para altas temperaturas, usadas em uniformes e acessórios não só de bombeiros, como de profissionais que trabalham em redes elétricas e nas indústrias siderúrgica e petrolífera.

Enquanto busca a diversificação em produtos de maior valor agregado, a Coats Corrente procura adotar uma nova postura em relação às confecções. Entre elas, grifes como Ellus, M. Officer, Forum e as fabricantes Hering, Marisol e Malwee. A empresa presta consultoria técnica aos clientes, para aumentar a produtividade em pelo menos 5%, e está presente desde o desenvolvimento de produto, na escolha de cores e materiais adequados para cada tipo de tecido. Para fazer parte do mundo fashion, vale até ir às salas de aula. A empresa mantém parceria com algumas das maiores faculdades de moda do país. Em São Paulo, na Santa Marcelina, FAAP e Senac, foi instalada uma Sala Coats, contendo boa parte do portfólio da empresa.