12/07/18 11h25

Colômbia oferece facilidades a empreendedores brasileiros

País tem incentivos para donos de negócios que criem soluções nas áreas de saúde, construção e infraestrutura

PEGN

“A Colômbia deixou o passado de conflitos para trás e está pronta para receber empreendedores estrangeiros.” A frase é de Carolina Hoyos, Oficial Sênior de Investimento da Invest in Bogota, uma das entidades que dá apoio à Fanyf (Feira Internacional de Negócios e Franquias), evento que teve início nesta terça-feira, no centro de convenções Corferias, em Bogotá, Colômbia.

Com cerca de 100 expositores provenientes de 13 países, o evento tem como objetivo atrair redes de franquias, empreendedores e investidores para a capital colombiana.

Pequenas Empresas & Grandes Negócios conversou com Carolina sobre a feira, o renascimento da Colômbia como destino de negócios e as oportunidades para empreendedores brasileiros.

Como a Invest in Bogotá incentiva a entrada de empresas e empreendedores estrangeiros no país?

Somos uma agência governamental que trabalha junto com a Câmara de Comércio da Colômbia para ajudar empresas de diferentes portes a se estabelecerem em Bogotá.

Fazemos isso de várias maneiras: passamos informações customizadas sobre o setor em que a empresa vai atuar, e sobre as melhores estratégias para entrar no mercado colombiano.

Colocamos os empreendedores estrangeiros em contato com empresas colombianas que podem vir a ser suas parceiras, e também com órgãos do governo que podem ajudá-las com questões legais e burocráticas.

Depois, quando já estão instaladas em Bogotá, ajudamos essas empresas a encontrar o caminho do crescimento. Em dez anos, as empresas apoiadas por nós movimentaram US$ 2 bilhões e geraram 30 mil empregos.

Que tipo de empresa tem mais chances de conseguir apoio da agência?

Procuramos empresas em três áreas: saúde, com destaque para atendimento médico, setor farmacêutico e equipamentos médicos; serviços, especialmente aqueles ligados à tecnologia da informação, ao BPO e à indústria criativa; infraestrutura, com foco em áreas como mobilidade, renovação urbana, saneamento básico e smart cities.

Quais são os incentivos para quem quer abrir uma empresa em Bogotá?

Os maiores incentivos estão nas áreas do país chamadas de “zonas francas”. São mais de 100 espalhadas pela Colômbia, 6 em Bogotá. Quem instala sua empresa nessas regiões paga 30% a menos de imposto de renda. Além disso, essas empresas não pagam nada para importar matéria-prima e equipamentos.

Fora das zonas francas, empreendedores estrangeiros também contam com deduções de 25% do imposto de renda para empresas que apresentem soluções relativas ao meio ambiente. Também há deduções para projetos que tragam inovação, e para quem emprega pessoas com necessidades especiais. Com esses esforços, queremos convencer os players de fora de que a Colômbia deixou o passado para trás.

O país passou por 52 anos de conflito armado, encerrado com o acordo de paz entre o governo e as Farc (Forças Revolucionárias da Colômbia), no ano passado. Como esse passado afeta o investimento estrangeiro no país?

A Colômbia passou por grandes mudanças, que começaram em 2000, com o governo Uribe, até chegar ao momento atual, em que vivemos um clima de estabilidade e tranquilidade. Quando converso com os CEOs de empresas que estão investindo em Bogotá, sinto que eles veem a Colômbia como uma oportunidade, um país com um grande potencial que ainda não foi explorado.

Onde ainda vejo resquícios do passado e negatividade é aqui dentro, entre os colombianos. Mas é natural. Depois de passar anos com medo, é difícil ter certeza de que tudo realmente mudou. Mas hoje o país é outro. É isso que queremos mostrar aos players internacionais.