23/12/09 10h14

Com o ITV, Vale amplia investimento em projetos científicos e inovação

Valor Econômico

A Vale, que nos últimos três anos já havia investido R$ 22 milhões (US$ 12,8 milhões) na instalação de cinco centros de educação profissional e no fornecimento de 6,7 mil bolsas de estudos, reforça suas apostas na área acadêmica. O Instituto Tecnológico Vale (ITV), criado em 2008 pela mineradora para coordenar ações de ciência e tecnologia, anuncia hoje em São Paulo a construção de três centros de pesquisa para produção científica de longo prazo e a assina um convênio de R$ 120 milhões (US$ 69,8 milhões) para incentivar a produção científica nos Estados de São Paulo, Pará e Minas Gerais.

O valor a ser investido nos novos centros ainda não está fechado, afirmou ao Valor o diretor do ITV, Luiz Eugenio Mello. Para o convênio com as fundações de amparo à pesquisa, a Vale investirá R$ 72 milhões (US$ 41,9 milhões) e o restante será aportado pelas instituições. Neste ano, o ITV operou com orçamento de US$ 25 milhões e, em 2010, o valor disponibilizado pela mineradora para as operações será de US$ 40 milhões.

Os centros de pesquisa serão instalados em regiões consideradas prioritárias pela empresa e cada um terá uma vocação específica. O primeiro centro será construído em Belém do Pará, onde as pesquisas serão focadas em desenvolvimento sustentável. Em Ouro Preto (MG), a companhia instalará um centro voltado a pesquisas na área de mineração. A terceira unidade será instalada em São José dos Campos (SP), com foco na área de inovação em energia, e terá como parceiro o centro tecnológico da Vale Soluções em Energia (VSE), sediado no mesmo município. As unidades serão construídas no prazo de quatro anos e exigirão a contratação de 250 pesquisadores.

Internacionalmente, o ITV mantém parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e com a suíça Ecole Polytechnique Federale de Lausanne. "Com esses convênios criamos uma estrutura de rede de transferência de tecnologia que permitirá ao Brasil exportar inovação no futuro", diz Mello. Internamente, a mineradora, por meio do ITV, assina hoje um convênio com a Fapesp e as Fundações de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa) e de Minas Gerais (Fapemig) para apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica.

Dos R$ 120 milhões (US$ 69,8 milhões) que serão investidos ao longo de quatro anos, R$ 72 milhões (US$ 41,9 milhões) serão desembolsados pela Vale, R$ 8 milhões (US$ 4,7 milhões), pela Fapespa, R$ 20 milhões (US$ 11,6 milhões) pela Fapemig e outros R$ 20 milhões (US$ 11,6 milhões) pela Fapesp. O acordo prevê o financiamento de itens de custeio, de capital e todas as modalidades de bolsas. Os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Pará foram escolhidos pelo ITV em função da proximidade das pesquisas realizadas nesses Estados com os interesses de longo prazo da mineradora. "A Vale não tem unidades em São Paulo, mas o Estado responde por cerca de 50% da produção de ciência e tecnologia do país. Por isso foi priorizado", afirma Mello.