06/05/10 11h48

Comércio estica prazos e aposta no Dia das Mães

O Estado de S. Paulo

O comércio aposta em prazos mais longos de pagamento, que chegam a 30 meses para as TVs, e na disposição do consumidor de ir às compras neste Dia das Mães, mesmo com a volta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrodomésticos da linha branca e da recente alta da taxa básica de juros. Duas pesquisas nacionais com lojistas, uma da Serasa Experian e outra da Associação de Lojistas de Shoppings (Alshop), indicam que as vendas devem crescer, em média, 5,3% e 7%, respectivamente, no Dia das Mães deste ano em relação à mesma data de 2009.

Dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostram que as consultas para vendas à vista e a prazo cresceram em média 9,3% em relação ao mesmo mês de 2009. Os shoppings isoladamente projetam taxas de crescimento de vendas mais robustas, em torno 15% na comparação com 2009. E o comércio eletrônico prevê 40%, segundo o e-bit. "A volta do IPI para os eletrodomésticos e a alta dos juros não atrapalharão as vendas do Dia das Mães", afirma o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. Ele observa que, na expectativa de que o Banco Central elevaria a Selic, o varejo antecipou a subida dos juros ao consumidor. No caso do IPI, os varejistas fizeram estoques para bancar as ofertas mesmo com o imposto maior.

Pesquisa do Provar em parceria com Felisoni Associados mostra que 74,6% dos consumidores têm intenção de comprar geladeiras, fogões e máquinas de lavar neste trimestre. No mesmo período do ano passado, quando havia o benefício, a intenção era ligeiramente menor, de 72%. "O que sustenta esse crescimento é a retomada da massa de salários e os prazos mais longos", observa Claudio Felisoni, presidente do conselho do Provar.

As condições macroeconômicas favoráveis se refletem no otimismo dos lojistas. Pesquisa da Serasa Experian mostra que 60% do 936 entrevistados acreditam que o faturamento deste ano vai aumentar em relação à mesma data de 2009. É o melhor resultado desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2006. No ano passado, em plena crise, somente 34% previam aumento.

Com a proximidade da Copa do Mundo, o produto apontado como a vedete pelos lojistas é o televisor. As vendas de TVs cresceram 40% desde a última semana de abril, informa o diretor de marketing da rede, Thiago Baisch. Ele conta que, desde fevereiro, a rede de móveis e eletrodomésticos ampliou de 24 para 30 meses o prazo de pagamento para as TVs acima de 32 polegadas. Além de esticar os prazos, a empresa reduziu os juros, de 4% para 2,99% ao mês.