26/11/10 09h36

Companhia de ex-AES investe US$ 588 mi no país

Valor Econômico

A ContourGlobal, empresa liderada pelo ex-vice-presidente executivo da AES Corp., Joseph Brandt, está investindo R$ 1 bilhão (US$ 588 milhões) no Brasil em projetos eólicos e pequenas centrais hidrelétricas. A empresa já tem uma pequena usina em Goiás e neste ano vendeu em leilão 150 megawatts (MW) de energia eólica e outros 12 MW de uma PCH no rio Galheiros, também em Goiás.

O vice-presidente da empresa para a América Latina, Juan Pablo Gomez, conta que o plano para o Brasil é crescer não só por projetos novos como também por meio de aquisições. Ele conta que está estudando a compra de uma série de parques eólicos que tiveram sua energia vendida no último leilão, mas os empreendedores não têm como bancar a construção. O objetivo da empresa é comprar várias participações para não ser alvo das grandes companhias no futuro.

O capital da empresa, que tem sede em Nova York, soma US$ 1,2 bilhão. Joseph Brandt é o principal acionista, mas outros 15 sócios completam o capital, basicamente fundos e fundações americanas. Apenas um quarto do capital da companhia foi aplicado até agora e representa investimentos totais de US$ 1,5 bilhão. A Contour é uma empresa novata, tem apenas quatro anos no mercado, e já conta com 1.200 MW em operação no mundo. A meta é chegar a um portfólio de 10 mil MW em dez anos, sendo a maior parte dele no Brasil. "O mercado de energia brasileiro é o mais bem regulado no mundo", diz Gomez. "É muito seguro investir no país."

Apesar de ter fundos como principais acionistas, o objetivo da ContourGlobal, segundo Gomez, é tornar-se um grande gerador de energia no mundo. "Nosso negócio é diferente da Ashmore", conta ele. "A Ashmore fez só aquisições, nós queremos também crescer em projetos greenfield porque as boas oportunidades de aquisições acabam logo". A Ashmore Energy International tem ativos espalhado pelo mundo, mas concentrado na América Latina, e todos estão à venda. No Brasil, o principal ativo em vista é a Elektro, distribuidora de energia que fica em Campinas. De acordo com Gomez, não houve interesse da empresa em comprar os ativos na América Latina, mas está analisando projetos de geração da Ashmore na Europa.

No mercado europeu, um dos principais contratos que possui é com a Coca-Cola onde é responsável pela autoprodução de energia de quatro engarrafadoras em quatro países diferentes. A empresa também tem ativos na Ucrânia e agora quer centrar investimentos na África. Alguns projetos já estão em andamento em Ruanda e no Togo. O mercado africano é considerado de baixo risco, isso porque os contratos são fechados diretamente com os governos e garantidos pelo Banco Mundial.