11/07/08 10h38

Companhias levam nanotenologia à casa do consumidor final

Valor Econômico - 11/07/2008

Quando se fala em nanotecnologia, a primeira idéia que vem à mente é a de um filme de ficção científica. Não é difícil entender por que. O nanômetro é o bilionésimo do metro, uma escala microscópica tão difícil de manipular que, à primeira vista, parece coisa de cientista louco. Mas isso é um engano. À medida que as pesquisas avançam, um número cada vez maior de empresas brasileiras tem se encarregado de aplicar a nanotecnologia a produtos que podem estar dentro da geladeira do consumidor, mesmo que ele nem desconfie. Em alguns casos, as inovações estão literalmente na cara do usuário. Tome-se o exemplo da petroquímica Braskem. A companhia acaba de depositar a décima patente de um produto baseado em nanotecnologia. A novidade é um PVC - um tipo de plástico - desenvolvido para ser usado nas embalagens de produtos alimentícios, como um prosaico pote de geléia. Em alguns segmentos, associar o termo "nano" a um produto já influencia até a decisão de compra. "O consumidor sente-se atraído, procura e adquire o produto, percebendo-o como bom, independentemente de saber ou não o que é nanotecnologia", diz Israel Fefferman, diretor de pesquisas e inovação de O Boticário. A fabricante de cosméticos, diz o executivo, foi a primeira empresa do setor no país a oferecer uma linha de produtos com nanopartículas que prometem ajudar na prevenção ao envelhecimento da pele, a categoria dos chamados produtos anti-idade. A nanotecnologia está presente tanto em cremes para mulheres - as maiores consumidoras desse tipo de produto - como para homens, mas a ala masculina também tem sido beneficiada pela ciência em outro território no qual tem particular interesse: o carro. A Plásticos Mueller, fabricante de peças para grandes montadoras de veículos e fornecedora de componentes para eletroeletrônicos e embalagens, vem ampliando seus investimentos em nanotecnologia. Muitos automóveis da Fiat, principal cliente da empresa, já circulam com peças nanoestruturadas. A expectativa dessas companhias é usar a nanotecnologia como aliada para obter produtos melhores a um custo mais baixo no futuro.