02/07/10 14h52

Concessão de crédito do BNDES cresce 41%

O Estado de S. Paulo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestou R$ 46 bilhões (US$ 25,6 bilhões) entre janeiro e maio deste ano, ampliando em 41% os desembolsos do banco na comparação com o mesmo período de 2009. Do total de R$ 46 bilhões (US$ 25,6 bilhões) liberados nos cinco primeiros meses do ano, 40% foram para o financiamento do setor de bens de capital, que impulsiona os investimentos na economia. A carteira de financiamentos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que tem taxas de juros reduzidas subsidiadas pelo Tesouro Nacional, acumulou R$ 18,4 bilhões (US$ 10,2 bilhões) liberados. Desde que foi criado, em julho do ano passado, o PSI já desembolsou R$ 36,6 bilhões (US$ 20,3 bilhões) e tem outros R$ 55,6 bilhões (US$ 30,9 bilhões) contratados. A produção de bens de capital registrou, em maio, o 14º crescimento consecutivo na medição da produção industrial do IBGE, que ficou estagnada. O setor teve alta de 38,5% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2009.

Para o superintendente da Área de Planejamento do BNDES, Cláudio Leal, a expansão do crédito do banco para produção e aquisição de equipamentos industriais e veículos comerciais como ônibus e caminhões - estão influenciando a recuperação da taxa de investimento na economia. "O investimento está crescendo acima das demais componentes do PIB. O PSI foi decisivo para sustentar os níveis de investimento durante a crise", afirmou Leal. Segundo ele, a demanda nas linhas do PSI ainda está bastante aquecida e não deve se alterar muito com a elevação de 4,5% para 5,5% este mês da taxa anual de juros usada nas principais operações do programa.

Além de diminuir o impacto fiscal da equalização feita pelo Tesouro, Leal afirmou que a elevação dos juros do PSI acompanha a da taxa básica de juros (Selic) e a da inflação, impactando pouco o custo do crédito. Ele ainda crê que o fim do PSI marcado para dezembro vai antecipar decisões de investimento.

Para o economista do BNDES, apesar do crescimento recorde da economia no primeiro trimestre e o aumento da confiança dos empresários, ainda é preciso incentivar o investimento, que ficou em 18,8% do PIB no início do ano. A última projeção do BNDES é de a taxa fechar 2010 em 19% do PIB, mas o ideal, na visão do banco, é uma proporção de 22%. "O pior da crise já passou, mas ainda continuamos com o desafio de sustentar o investimento acima do PIB".