03/07/09 14h18

Confiança do brasileiro supera a média global

O Estado de S. Paulo

O brasileiro está menos confiante desde que a crise econômica mundial se tornou mais aguda, mas nem por isso pensa em abandonar os gastos e aumentar as aplicações. É o que mostra pesquisa global Nielsen sobre a confiança do consumidor, feita com 25.140 usuários de internet em 50 países. Em outubro, quando foi realizado o levantamento anterior, o índice de confiança do brasileiro era de 109 e agora diminuiu para 88. Apesar da queda de 19 pontos, ainda é acima da média vista nos países da América Latina, de 82 pontos. A média global é de 77 (queda de 7 pontos porcentuais em relação ao segundo semestre de 2008), a dos Estados Unidos é de 80 e da China, de 89 pontos.

Ao todo, 77% dos brasileiros admitem que o País está em recessão, a mesma média global. Para 65% dos entrevistados, a situação não deve mudar em 12 meses (a partir de maio, quando a pesquisa foi feita). A média latino-americana é mais baixa, 58%, e a global é de 52%. Só 18% acreditam que o Brasil sairá da recessão econômica até o primeiro semestre de 2010. Apesar dessa consciência de que a melhora não está tão próxima de ocorrer, 81% dos entrevistados do Brasil disseram que as perspectivas de emprego nos próximos meses são excelentes ou boas (ante 74% aferidos como média na América Latina). Talvez por esse motivo 57% afirmaram ter uma percepção excelente ou boa quanto as finanças pessoais no médio prazo (ante uma média mundial de 42%). Ou seja, a crise existe, mas as dificuldades parecem estar distantes do dia a dia do brasileiro.

O Brasil também está acima da média mundial e latino-americana quanto à perspectiva de compras futuras. Os brasileiros aparentam estar pouco preocupados em quitar pendências. Apenas 40% disseram que pretendem usar as sobras de caixa, depois de pagar as despesas essenciais, para zerar dívidas com cartão de crédito e empréstimos. A média na América Latina é de 45% e a global de 32%. Encantado por novidades, o brasileiro é entre todos da América Latina o que mais pretende gastar com novas tecnologias (41%).