03/12/09 12h26

Construção civil prevê que terá expansão de 8% em 2010

DCI

Com previsão de investimentos de R$ 625 milhões (US$ 363,4 milhões) em 2010 pelas empresas de construção civil, especialmente nas áreas imobiliária e de infraestrutura, empresas como Odebrecht, Rodobens Negócios Imobiliários e grandes players estrangeiros, como a mexicana Homex, apostam na retomada dos negócios do setor no próximo ano. Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) da construção deve subir 8,8%, para R$ 150 bilhões (US$ 87,2 bilhões), segundo estimativa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), divulgada ontem. Os investimentos, que em 2009 atingiram R$ 476 bilhões (US$ 276,7 bilhões), corresponderão a 20% do PIB em 2010. Do valor total, R$ 202 bilhões (US$ 117,4 bilhões) serão para o setor imobiliário. "O crescimento da construção no ano que vem será comandado pela ampliação dos investimentos públicos e privados. Além, disso, 2010 será um ano eleitoral, que sempre traz um impacto positivo para o setor de construção", afirmou Sérgio Watanabe, presidente do Sinduscon.

O setor imobiliário residencial, que ganhou impulso este ano com o programa habitacional do governo federal, "Minha Casa, Minha Vida", já é a menina-dos-olhos dos planos de investimento das empresas que atuam no setor, que correm para atingir a meta de 1 milhão de unidades financiadas pela Caixa Econômica Federal (CEF) até o fim de 2010. O saldo de 2009 ainda está em 130 mil unidades, abaixo das 400 mil previstas pela instituição para o primeiro ano do programa.

A Rodobens Negócios Imobiliários estima lançar 74 mil unidades enquadradas no programa federal. Atualmente tem dois projetos aprovados, Moradas de Itapetininga e Terra Nova São Carlos, que totalizam R$ 35 milhões (US$ 20,3 milhões) em valor geral de vendas (VGV) e 1,1 mil unidades. A empresa também está investindo no lançamento de um novo produto, na faixa de R$ 60 mil (US$ 34,9 mil), para atender consumidores com renda de 3 a 6 salários mínimos. Até então o produto mais barato da empresa era de R$ 73 mil (US$ 42,4 mil).

O programa do governo federal motivou a entrada da maior construtora mexicana no Brasil, a Homex. Este ano a empresa começou a construir, em São José dos Campos, interior de São Paulo, um empreendimento que terá 1,3 mil unidades e deverá ser ampliado ano que vem. A primeira fase do projeto terá 700 unidades, 65% das quais estão vendidas. De acordo com Mario Cavalcante, diretor da empresa no Brasil, a Homex acaba de registrar um plano para levantar até US$ 100 milhões com a emissão de novas ações e poderá usar o dinheiro para ampliar suas operações no Brasil.

Em infraestrutura, a Odebrecht mira nas oportunidades que serão abertas pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Em recente entrevista ao DCI, Carlos Armando Paschoal, diretor superintendente em São Paulo da Odebrecht Serviços de Engenharia e Construção, ressaltou que os projetos de mobilidade urbana, construção de estádios, obras de rodovias, entre outras iniciativas nesse sentido, deverão trazer novos trabalhos ao segmento e declarou que "a empresa está atenta às possibilidades de negócios que possam trazer retornos adequados."