07/08/10 16h04

Construcard cresce e anima setor de materiais

O Estado de S. Paulo – 07/08/10

O Construcard, cartão de débito com limite pré-aprovado da Caixa Econômica Federal, passou por um "boom" nos últimos dois anos. O número de cartões em circulação no mercado foi praticamente multiplicado por seis entre junho de 2008 e junho de 2010 - hoje, são 484 mil plásticos liberados para uso em 45 mil lojas credenciadas em todo o País. O meio de pagamento, embora existente há cerca de uma década, ganhou fôlego com a transformação do empréstimo em cartão de débito. Desde então, o crédito liberado para compra de materiais de construção e de móveis planejados subiu de R$ 800 milhões (US$ 437,2 milhões), há dois anos, para os atuais R$ 4,5 bilhões (US$ 2,6 bilhões). "O Construcard pode comprar tudo que venha a valorizar os imóveis. Por isso, a cozinha planejada também está incluída", explica Mário Ferreira, superintendente nacional de clientes de média e alta renda do banco. "Emitimos, em média, 30 mil novos cartões por mês."

Outro atrativo da modalidade de pagamento, afirma o superintendente da Caixa, está na redução da burocracia. De acordo com Ferreira, qualquer pessoa pode pedir o Construcard na agência - munida de documentos pessoais e de comprovantes de renda, a liberação sai em cerca de 40 minutos. Para ter acesso ao produto, é necessário também abrir uma conta na Caixa, da qual as parcelas serão debitadas ao longo do contrato.

De acordo com revendedores de materiais de construção, a modalidade de pagamento ganha espaço no varejo. Isso porque o comerciante não tem riscos - o dinheiro é depositado na conta da loja pela Caixa no dia seguinte ao da compra. No caso da Dicico, que tem 44 lojas de materiais de construção em São Paulo, o Construcard já representa 8% das vendas totais. Na Castilho, o meio de pagamento já representa metade das vendas feitas a crédito, segundo o gerente financeiro Gerson Kühn. Segundo Cláudio Fortuna, diretor de marketing da Dicico, a ordem na rede é incentivar o cliente a usar o meio de pagamento: "É vantajoso para o consumidor. A taxa de juros (1,75% ao mês + TR) e o prazo (60 meses, incluindo carência de seis meses) são mais melhores do que as outras opções do mercado."