02/05/07 16h22

Construtoras enfrentam desafios para competir

Valor Econômico - 02/05/2007

Recheadas com recursos captados na bolsa de valores, muitas empresas do setor imobiliário lançam um corrida frenética para expandir suas operações. Esse cenário leva as pequenas e médias incorporadoras a seguir um caminho inverso e a adotar a cautela como estratégia de sobrevivência. Atordoadas com a concorrência feroz, e súbita, por parte das empresas que foram ao mercado de capitais, essas companhias que não conseguiram ir à bolsa ainda estão tentando encontrar um caminho para sobreviver a um cenário completamente novo. As estratégias são diversificadas e há apenas um consenso entre elas: quem ficar parado não conseguirá sobreviver à grande transformação que vive a indústria da construção civil. Transformação que passa, obrigatoriamente, por uma mudança considerável na correlação de forças do setor. Historicamente, o segmento imobiliário sempre foi extremamente pulverizado no Brasil. A escassez de crédito, a demanda reprimida por uma renda em queda e o pouco capital para financiar a produção nunca permitiram que a competição entre elas fosse tão desigual como agora. De acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), que acompanha de perto o mercado de São Paulo há 30 anos, as 10 maiores incorporadoras da capital paulista detinham, juntas, 22,64% do mercado em 2005. Os outros 77,36% eram divididos entre 325 incorporadoras. Mas agora, que um grupo restrito de cerca de 15 empresas captou mais de R$ 11 bilhões (US$ 5,4 bilhões) no mercado de capitais, essa realidade está mudando, e rapidamente. Com as áreas disponíveis em São Paulo inflacionadas pela alta liquidez do mercado, a compra de terrenos se tornou o ponto mais estratégico na incorporação do imóvel. A saída tem sido a busca de parcerias e às compras conjuntas para as pequenas e médias empresas do setor.