05/02/10 10h05

Consumo de máquinas subiu 18% no 4º tri

Valor Econômico

Os investimentos ajudaram a puxar a economia no último trimestre. Entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado, o consumo interno de máquinas e equipamentos cresceu 18%, segundo cálculos do Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco. Esse foi o segundo período consecutivo de forte recuperação do investimento na economia brasileira após a crise internacional - do segundo para o terceiro trimestre este indicador registrou alta de 6,5% dentro do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar da recuperação no fim do ano, o consumo aparente de máquinas pelas empresas brasileiras caiu 11,5% em relação ao total de 2008. A conta inclui a produção doméstica vendida no país mais importação de bens de capital.

Se o aumento de produção e importação de bens de capital apenas repetir o ritmo de alta verificado em dezembro - de 3,7% sobre novembro, com ajuste sazonal - o consumo aparente de máquinas e equipamentos terá expansão de 22% neste ano. Os analistas, no entanto, trabalham com um incremento superior. Segundo eles, a alta no consumo aparente de máquinas e equipamentos deve alcançar 30% em 2010, contribuindo para que os investimentos totais na economia subam mais de 20% sobre o realizado no ano passado.

A produção de máquinas e equipamentos foi a que mais sofreu as consequências da crise mundial, chegando a despencar 31,4% entre outubro de 2008 e março de 2009 - mais que o dobro que o conjunto da indústria. Nos três últimos trimestres, no entanto, as fábricas ampliaram fortemente sua produção - em 29,3%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - sinalizando otimismo entre os empresários, que voltaram a investir em aumento da capacidade. Ao mesmo tempo, as compras de maquinário estrangeiro foram 13,6% menores no ano passado em relação a 2008.

No final do ano, tanto a produção como a importação reagiram. A produção de bens de capital subiu 13,6% no quarto trimestre em relação ao terceiro, enquanto as importações seguiram o mesmo caminho, registrando alta de 16,7% na mesma comparação, descontados os efeitos sazonais nas duas séries. Na oferta doméstica, foi o segundo mês de reação, pois no terceiro trimestre a produção de bens de capital já havia crescido 6,9% sobre o segundo trimestre - percentual semelhante ao registrado para o conjunto do investimento no PIB.