30/12/10 10h31

Consumo per capita de cerveja sobe 19%

Valor Econômico

O ano de 2010 vai ficar na história como aquele em que mais se vendeu cerveja no Brasil. As estimativas do mercado são de que o volume vendido nacionalmente ultrapasse os 126 milhões de hectolitros, ou seja, 14 milhões de hectolitros a mais que em 2009. Além de mais gente comprando cerveja, o brasileiro passou a beber mais. De acordo com dados da Euromonitor, o consumo per capita de cerveja passou de 54 litros em 2007 para os atuais 64,4 litros. Um crescimento de 19,2% no volume consumido por habitante, que fez o Brasil passar de 48º colocado no ranking global de 2007 para a 23ª posição em 2010.

"A estabilidade econômica, a oferta maior de tipos de cerveja e de novas embalagens foram os principais impulsionadores nessa alta do consumo per capita", diz Douglas Costa, gerente de marketing do Grupo Petrópolis, dono da marca Itaipava. "Claro que a Copa do Mundo ajudou, mas a alta no consumo é sustentada", diz Costa. "Mesmo depois do Mundial, as vendas continuaram em alta e devem seguir crescendo em 2011 porque o brasileiro está bebendo mais", afirma. A Petrópolis, segundo ele, deve fechar o ano com alta nos volumes vendidos entre 11% e 12% e a expectativa é manter esse ritmo no ano que vem.

O crescimento acontece mesmo com os preços da cerveja sofrendo reajustes acima da inflação. Conforme o Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo calculado pela Fipe, a cerveja teve alta de 7,72% entre janeiro e o fim de novembro deste ano. No mesmo período, a inflação medida pelo índice ficou em 5,83%. Para a Ambev, líder de mercado com uma participação de 68% das vendas, o clima também pesou para elevar o consumo. "O ano foi quente, o que favorece as vendas de cerveja. Além disso, o fator renda foi positivo e a indústria também colaborou, com muitas inovações", afirma Alexandre Loures, gerente de comunicação da companhia. Só no Brasil, nos três primeiros trimestres do ano, a Ambev acumulava 59,913 milhões de hectolitros de cerveja vendidos - 14,1% a mais que o total dos primeiros nove meses de 2009.

"Foi um ano sem precedentes", diz Luiz Claudio Taya, diretor de marketing do Grupo Schincariol. "Dependendo da região, o crescimento de Nova Schin chegou a 10% em volume", afirma ele, comparando resultados com o ano passado.