Continental prepara novo ciclo de aportes

Brasil Econômico

Inauguração da fábrica de Várzea Paulista (SP) põe fim aos € 400 milhões já previstos para ampliar capacidade produtiva

O grupo alemão Continental já prepara o próximo ciclo de investimentos para o mercado brasileiro. O presidente da companhia para o Brasil e Argentina, Sandro Beneduce, disse que os € 400 milhões já foram gastos no país para aumentar a capacidade produtiva em alguns segmentos em que atua, principalmente pneus, e em novos produtos. “Já estamos em fase de estudos para os próximos investimentos, mas acreditamos que o próximo ciclo será um pouco maior, pois vai demandar mais aportes em novas tecnologias, principalmente em sistemas de powertrain”, disse.

A expectativa é que o novo regime automotivo, o Inovar-Auto, crie uma demanda maior para este tipo de tecnologia. Pelas novas regras, as montadoras instaladas aqui devem investir no desenvolvimento de motores mais eficientes e menos poluentes. “Como o regime dá créditos para as empresas que investirem e inovação e tecnologia e temos um centro de desenvolvimento já preparado para isso aqui no Brasil, vamos investir em conjunto com as montadoras, tanto as novatas como as que já estão consolidadas no mercado brasileiro”, ressaltou Beneduce.

Dentro dessa estratégia, a Continental vem investindo forte em novas tecnologias de powertrain e frenagem. A companhia tem um laboratório de calibração de motores em Salto e inaugurou uma fábrica de freios ABS em Várzea Paulista. Na unidade de freios, a empresa investiu R$ 30 milhões e tem uma capacidade de produção de 1,2 milhão de unidades por ano. “Iniciamos a produção de ABS com perspectivas de aumento de produção. Até julho, vamos operar em três turnos de trabalho para atender a demanda de mercado”, disse Rolf Geier, diretor da unidade de Várzea Paulista.

A linha de montagem foi importada de uma fábrica da Alemanha e já tem clientes como Volkswagen do Brasil, no projeto do novo compacto UP! e com a Fiat, com o novo modelo que será fabricado em Goiana, Pernambuco”.

Na dianteira
Os investimentos em freio ABS aconteceram em função de uma lei que vai obrigar a instalação do dispositivo em todos os carros produzidos por aqui no ano que vem. Além do sistema de frenagem em si, a Continental já monta no Brasil os sensores de velocidade de roda, que é um componente do freio e com isso torna a localização do produto compatível com as regras de nacionalização do país.

Segundo Beneduce, o sistema tem em torno de 60% de peças nacionais, contando ai, a mão de obra e a montagem de todo o equipamento. “Acreditamos que em breve estaremos em um novo patamar de segurança automotiva”, avalia. “Lá na Europa, por exemplo, já se popularizou os sistemas de estabilidade nos automóveis. Isso logo vai chegar ao mercado brasileiro também”, afirmou. Segundo ele, o grupo está preparado para isso.

“Estamos em desenvolvimento conjunto desse tipo de equipamento com algumas montadoras instaladas no Brasil”, disse o diretor de vendas da divisão de Chassis&Safety, Manoel Henrique Mota.