08/07/15 14h26

Cosan e Shell confirmam interesse em gasoduto em SP

Estado de S. Paulo

O secretário de Energia de São Paulo, João Carlos Meirelles, disse ontem que a Cosan e a Shell, acionistas da Comgás, confirmaram a intenção de investir na construção de um gasoduto que trará combustível do pré-sal da bacia de Santos para São Paulo. O modelo acionário do projeto, contudo, ainda não está definido. O presidente da Cosan, Marcos Lutz, limitou-se a dizer que a companhia “pode ter participação” no projeto, mas não vinculou obrigatoriamente essa participação ao aporte de recursos. O projeto está estimado em R$ 8 bilhões.

A expectativa do governo de São Paulo é de que o gasoduto esteja em operação dentro de sete anos. Lutz pondera, contudo, que o cronograma do gasoduto pode estar vinculado ao plano de investimentos da Petrobrás. Caso a estatal postergue o aumento da produção de petróleo no pré-sal de Santos, a oferta de gás, associado à produção do petróleo, também pode ser menor do que a projetada inicialmente.

O gasoduto deve praticamente dobrar a oferta de gás no Estado, com a adição de 15 milhões de metros cúbicos diários (m³/d) de gás. Até a conclusão do projeto, o governo de São Paulo e as empresas envolvidas no empreendimento, conhecido como Rota 4, podem optar pela utilização de gás natural liquefeito (GNL) importado.

A intenção de ampliar a oferta de gás natural em São Paulo pode atrair outros parceiros interessados em acessar o combustível a preços mais competitivos, aposta o governo paulista. O Grupo AES, um dos maiores geradores de energia do País, não tem intenção de participar do projeto de construção, mas é um potencial interessado na oferta de gás, segundo o presidente Britaldo Soares.

O aumento da oferta de gás em São Paulo também é considerado fundamental para outro projeto anunciado pelo governo: a construção de seis térmicas em uma área pertencente à Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), na capital paulista. Cada unidade teria capacidade de 250 MW e demandaria investimento de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão.