04/03/10 10h58

Cosan planeja ampliar capacidade de moagem de cana em suas usinas

Valor Econômico

Ainda muito à frente do segundo colocado em capacidade de moagem de cana, a Cosan Açúcar e Álcool entra a safra 2010/11 com o radar ligado para o que ocorre à sua volta. E isso significa que, salvo oportunidades que tragam muita sinergia, grandes aquisições de usinas não estão à vista em 2010. Mesmo porque o bom momento do açúcar, que deve perdurar até 2011, e também do álcool, vem levando para cima os preços dos ativos e criando poucas oportunidades reais. "Uma nova expansão forte em açúcar e álcool poderá ocorrer apenas no próximo ciclo de baixa", afirma Pedro Mizutani, presidente da Cosan Açúcar e Álcool.

O ano, portanto, é de consolidação dos ativos existentes e continuidade dos investimentos já iniciados. Um projeto que já está no planejamento para começar no ano-safra 2010/11, que se inicia em abril, é expandir a capacidade das usinas já existentes. As atuais 63 milhões de toneladas (225 dias de moagem) de capacidade têm potencial para chegar a 70 milhões somente com ampliações, segundo Mizutani. O projeto será desenvolvido nos próximos cinco anos, período em que a empresa deve investir R$ 100 (US$ 55,6) por tonelada de capacidade acrescida, totalizando cerca de R$ 700 milhões (US$ 388,9 milhões).

"A área de logística apresenta forte potencial de lucratividade no curto prazo e deve receber mais aportes", diz Mizutani.  Esse projeto começará a render frutos na safra 2010/11, possibilitando à Cosan produzir de 8% a 10% mais açúcar que no ciclo anterior. Na temporada 2010/11, a Cosan prevê produzir 4,6 milhões de toneladas de açúcar, ante as 3,72 milhões do ciclo 2009/10. A produção de álcool deve atingir 2,1 bilhões de litros, ante os 1,93 bilhão da safra 2009/10.

Segue também em 2010 o projeto de cogeração de energia que iniciou em 2005 com previsão de investimentos de R$ 2,4 bilhões (US$ 1,3 bilhão) e objetivo de atingir 12 das 23 usinas do grupo e uma produção de 2,5 mil megawatts-hora, suficiente para abastecer por um ano uma cidade com 10 milhões de habitantes. Até o fim do terceiro trimestre da safra 2009/10, tinham sido aplicados R$ 264,4 milhões (US$ 146,9 milhões)  nesse projeto. Sete usinas da companhia já estão com unidades de cogeração e outras três iniciam a operação em 2010/11.