16/12/09 10h50

CPFL Geração diversifica e investirá US$ 755,8 mi em fontes alternativas

Valor Econômico

Sem novos projetos hidrelétricos em carteira, a CPFL Energia partiu para projetos de diferentes fontes de geração de energia e o resultado da estratégia são investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão (US$ 755,8 milhões) em negócios fechados neste ano. O maior deles foi no leilão de energia eólica, realizado segunda-feira pelo governo federal. Os sete parques eólicos que a empresa vendeu no leilão vão receber R$ 768 milhões (US$ 466,5 milhões).

O presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, diz que desde março a empresa vinha estudando projetos eólicos e fazendo orçamentos com fornecedores. A empresa fechou contrato com a alemã Wobben. Ferreira comemorava ontem o resultado do leilão, depois de um dia tenso em que a cada cinco minutos, por quase oito horas, era preciso dar um novo lance para manter seus sete parques na disputa. A concorrência foi grande e o resultado foi um deságio médio de 21%. Apesar do preço médio ter ficado em R$ 148,39 (US$ 86,3), a CPFL conseguiu fechar com preço de R$ 150 (US$ 87,2).

A CPFL foi uma das empresas com o maior volume de contratos fechados na segunda-feira e dos grandes grupos do setor foi a que mais se destacou. Outras concorrentes como EDP, Tractebel e Cemig não levaram nenhum projeto. A estratégia de diversificação da CPFL em geração foi traçada quando a companhia vislumbrou que em meados de 2010 teria concluído sua última hidrelétrica em construção e os novos investimentos não apareciam no curto prazo. A empresa iniciou a diversificação pela biomassa. Comprou ou fez parceria em dois projetos com investimentos de aproximadamente R$ 227 milhões (US$ 132 milhões).

No anúncio de resultados do terceiro trimestre deste ano, outro investimento foi anunciado. Dessa vez foi a compra de termelétricas no Nordeste do país. Outros R$ 300 milhões (US$ 174,4 milhões) serão empregados nesses projetos. Mas sem dúvida, o investimento de maior destaque, até pelo volume de recursos envolvidos, acabou sendo mesmo os projetos eólicos. A disposição de diversificar não vai tirar entretanto a CPFL da disputa por Belo Monte.